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Nobel prevê que em 15 anos haverá cura de doenças ligadas à leucemia

18/06/2007 14h39

Valência (Espanha), 15 jun (EFE).- O israelense Avram Hershko, Prêmio Nobel de Química 2004, previu hoje que em um prazo de entre 3 e 15 anos poderão ser curadas algumas doenças cancerosas malignas relacionadas com a leucemia.

No entanto, o cientista judeu, de 70 anos, se mostrou cauteloso a respeito da cura de determinados tumores cancerosos como o de pâncreas ou o de cólon, de grande incidência na população mundial.

O doutor Avram Hershko, que nasceu em 1937 em Karcag, na Hungria, mas tem nacionalidade israelense, faz parte do júri da modalidade de Novas Tecnologias dos Prêmios Rei Don Jaime I, que serão entregues na terça-feira em Valência, no leste da Espanha.

Hershko explicou à Efe que seu trabalho atual em Israel se concentra em estudar os mecanismos que provocam a degradação e a divisão das células cancerígenas, nos quais as proteínas desempenham um papel fundamental.

"Não é correto falar de uma vacina ou remédio que cure o câncer, porque o câncer não é uma doença, mas muitas, e cada uma delas é distinta e requer um tratamento específico", comentou.

Hershko antecipou que já foram desenvolvidos remédios para combater alguns tipos de câncer com resultados promissores, como o de medula.

O israelense disse que, para combater doenças cancerígenas, "é fundamental sua detecção antecipadamente, porque se pode curar sem muita dificuldade".

O Nobel assegurou que, "como as expectativas de vida da população mundial crescem, a incidência do câncer será cada vez maior".

Sobre o mapa genômico, Hershko afirmou que não será "a panacéia como muitos acreditam, mas permitirá saber que câncer é mais suscetível que apareça em determinada pessoa, e desta forma diagnosticá-lo mais cedo e curá-lo".

Hershko ganhou o Nobel de Química junto ao israelense Aaron Ciechanover e ao americano Irwin Rose por seus estudos sobre a produção celular de proteínas.