Topo

Cientistas dizem que vacina contra tuberculose fica pronta em 5 anos

25/06/2007 14h17

Zaragoza (Espanha), 25 jun (EFE) - A nova vacina contra a tuberculose desenvolvida pelo Grupo de Genética de Microbactérias da Universidade de Zaragoza, no nordeste da Espanha, pode ficar pronta em cinco anos, pois os testes com animais estão sendo "muito animadores".

O anúncio foi feito em entrevista coletiva pela professora María José Iglesias, que faz parte do grupo liderado pelo professor Carlos Martín, e pela coordenadora da Rede de Epidemiologia Molecular de Tuberculose Multiresistente na Região Ibero-americana, Sofía Samper.

Vinte e dois grupos de pesquisa de oito países participam desta rede, que realiza hoje e amanhã sua primeira reunião em Zaragoza.

A reunião é financiada pelo Programa Ibero-americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted) e coordenada pelo Instituto Aragonês de Ciências da Saúde (ICS).

Participaram do encontro representantes de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México e Venezuela, com o objetivo de criar uma base de dados dos bacilos multiresistentes nestes países.

A tuberculose é um problema de saúde importante, alvo de pesquisas há anos, e grandes avanços na área estão ocorrendo, mas ainda há muito a ser feito, explicou Esteban de Manuel Keenoy, diretor-gerente do ICS.

Segundo Samper, esta é uma doença ligada à pobreza, e, embora a situação esteja bem melhor do que há 20 anos, as taxas caíram, mas não desapareceram.

Apesar de ser uma das doenças infectocontagiosas que causam maior número de mortes no mundo, a tuberculose pode ser tratada com um coquetel de três medicamentos que devem ser tomados durante seis meses.

No entanto, caso o paciente abandone o tratamento ou tome os remédios de forma incorreta, o bacilo tuberculoso pode criar mecanismos de defesa em relação a estes medicamentos e se tornar resistente (a dois fármacos) ou extremamente resistente (caso se acrescente outro).

Isto tem uma relevância grande para a saúde, já que requer medicamentos de segunda linha, com menor eficácia, mais efeitos tóxicos e mais caros.

A doença afeta países em desenvolvimento, mas também os desenvolvidos, com um aumento de casos na década de 80 por causa do surgimento do HIV, o que fez com que fossem criadas redes nacionais e internacionais para sua fiscalização.

Na Europa ocidental, Espanha e Portugal são os países que apresentam maiores taxas de tuberculose, enquanto os ibero-americanos possuem incidências variadas.