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Cientistas desenvolvem técnica para detectar doença da vaca louca

Da EFE, em Londres

05/07/2007 16h00

Cientistas da Universidade de Edimburgo desenvolveram uma técnica que permite detectar melhor a variante humana da encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como doença da vaca louca.

Atualmente, os médicos determinam a presença dos chamados prions, proteínas anormais que causam a doença eliminando células do cérebro, cujo tecido adquire, então, a aparência de uma esponja.

No entanto, o teste não é completamente seguro e pode levar a diagnósticos equivocados.

Os pesquisadores desenvolveram uma técnica que imita e acelera o processo de replicação dos prions, para que se tornem mais facilmente detectáveis nas amostras de tecido. Este material é utilizado nos testes da doença, segundo o trabalho, publicado no "Journal of Pathology".

Embora a técnica tenha sido testada, até agora, principalmente em animais, os pesquisadores da universidade escocesa acreditam que é possível utilizá-la em trabalhos com a variante humana.

O método será útil para aumentar o número de prions desta variante da doença de Creutzfeldt-Jakob nas amostras de tecido cerebral humano infectado.

A amostra é incubada e exposta a repetidas rodadas de ultra-som, que fragmentam os prions.

No entanto, será necessária a realização de pesquisas posteriores para averiguar se a técnica pode ser aplicada também em outros tecidos, que poderiam ser utilizadas nos testes para detectar a presença da doença da vaca louca.

Segundo o professor James Ironside, da equipe de observação da doença de Creutzfeldt-Jakob, citado pela "BBC", atualmente, a realização do teste exige muito tempo para que possa ser possível chegar a um diagnóstico rápido num centro de doação de sangue.

No entanto, poderia ser utilizado em um centro nacional, para confirmar resultados de testes anteriores e evitar falsos diagnósticos.

Desde que a doença da vaca louca surgiu com força no Reino Unido, no início dos anos 90, foram registradas 161 mortes, entre elas as de três pessoas que foram contagiadas por transfusões de sangue.