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Argentinos bloqueiam passagem para Uruguai por causa de fábrica de celulose

07/07/2007 20h17

Buenos Aires, 7 jul (EFE).- As assembléias ambientais daprovíncia argentina de Entre Ríos iniciaram neste sábado um novobloqueio nas três passagens fronteiriças que levam ao Uruguai, duasdelas estão fechadas "por tempo indeterminado" em protesto contra ainstalação de uma fábrica de celulose da companhia finlandesa Botniaem território uruguaio.

Segundo informou hoje a gendarmaria (guarda civil) local, aAssembléia da cidade argentina de Concordia, ligada com a uruguaiaSalto, se uniu hoje ao bloqueio por tempo indeterminado, da mesmaforma que os ambientalistas da cidade argentina da Gualeguaychú -que mantêm a interrupção desde 20 de novembro.

A passagem de Gualeguaychú se liga com a cidade uruguaia de FrayBentos, onde espera-se que em outubro comece a funcionar a fábricaconsiderada pelos argentinos perigosa para o meio ambiente.

Por outro lado, os manifestantes da cidade de Colón, que leva àuruguaia Paysandu, iniciaram hoje às 19h (em Brasília) um novo cortetemporário que acabará às 22h (em Brasília), o que bloqueará afronteira completamente durante três horas.

A interrupção total será realizada de novo neste domingo, nomesmo horário, e poderá se repetir durante este mês, quandoacontecem na Argentina as férias de inverno e o fluxo de turistasentre os dois países aumenta.

"O objetivo é que durante as férias de inverno as três pontesestejam bloqueadas", afirmaram participantes da assembléiaargentina, que mantém um conflito com o país vizinho pela instalaçãoda fábrica de celulose, situada às margens do rio Uruguai.

Argentina e Uruguai se desentendem há três anos por causa daconstrução da fábrica da Botnia e restabeleceram o diálogo em abrilnum encontro que aconteceu em Madri, com o apoio do Rei Juan Carlosda Espanha.

O Estado argentino recorreu à Corte Internacional de Justiça deHaia pela decisão do Uruguai de autorizar a construção da fábrica decelulose, que - na opinião de Buenos Aires - afeta um recursofluvial de administração compartilhada.

O Uruguai reclamou na Corte dos bloqueios das passagens entre osdois países realizados pelos moradores de Entre Ríos.