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Missão da Nasa vai buscar vida em Marte em agosto

Por Jorge A. Bañales, de Washington

09/07/2007 23h45

Os Estados Unidos lançarão em agosto a cápsula Phoenix rumo ao pólo norte de Marte, num projeto de US$ 420 milhões, para estudar a água e buscar vestígios de vida, anunciou nesta segunda-feira a agência espacial Nasa.

"Será uma pequena e excitante missão", disse em entrevista coletiva Doug McCuistion, diretor do Programa de Prospecção de Marte, ao comentar a travessia de 10 meses, a cerca de 20.300 km/h.

"Será a primeira vez que estaremos no pólo norte marciano", destacou.

Barry Goldstein, gerente do projeto Phoenix, disse que o período propício para o lançamento vai de 3 a 24 de agosto. A sonda será lançada da Estação da Força Aérea em Cabo Canaveral, Flórida, com um foguete Delta II.

"Será o primeiro pouso suave em cerca de 30 anos", disse McCuistion.

Os exploradores marcianos da série Rover literalmente caíram sobre a superfície de Marte, protegidos por globos amortecedores "como bolas de tênis que rebatem e, inevitavelmente, vão parar no fundo dos vales ou em depressões", comparou.

A prospecção no solo de Marte começou em 1997, com a missão Pathfinder. Ela levou ao planeta o veículo Sojourner, que enviou as primeiras imagens do planeta.

Em janeiro de 2004 chegaram a Marte os veículos Spirit e Opportunity. Por anos eles exploraram com suas câmeras e instrumentos uma área rochosa do planeta.

Goldstein explicou que, a cerca de mil metros da superfície marciana, a Phoenix abrirá o seu pára-quedas e ligará foguetes que diminuirão sua velocidade de descida. Isso permitirá se orientar da melhor maneira para que os painéis solares gerem mais energia.

Peter Smith, pesquisador principal do projeto Phoenix na Universidade do Arizona, informou que o pouso está previsto para o dia 25 de maio de 2008, a uma latitude de 70 graus norte, que equivale ao círculo ártico na Terra.

"Ao contrário de regiões em latitudes mais baixas, onde há depressões e rochas, a região escolhida é mais uniforme", explicou.

O cientista Bobby Fogel explicou que o aparelho usará um braço robótico, com uma escavadeira, para recolher mostras do solo e de água gelada na região.

"A Phoenix analisará a água na busca de possíveis organismos", disse Fogel.

As operações na superfície foram planejadas de acordo com o dia marciano. Como a rotação de Marte é um pouco mais lenta que a da Terra, um dia dura 40 minutos a mais que o terrestre, de 24 horas.

A câmera do braço robótico fornecerá aos cientistas imagens próximas e coloridas da superfície marciana, na vizinhança do Phoenix.

Goldstein explicou que o exame da cor e do tamanho de grânulos das mostras permitirão aos cientistas entender melhor a estrutura do solo e a água gelada.