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Quimioterapia seqüencial é tão eficaz quanto combinada, dizem estudos

Da EFE, em Londres

12/07/2007 20h01

A quimioterapia seqüencial tem a mesma eficácia que a combinada, a opção mais utilizada atualmente, ao mesmo tempo em que melhora a qualidade de vida dos pacientes em estado avançado de câncer colo-retal, segundo dois estudos publicados hoje pela revista científica britânica "The Lancet".

As conclusões foram obtidas separadamente por ambas as pesquisas e desafiam as práticas médicas convencionais no tratamento para o câncer colo-retal.

Em uma das pesquisas, dirigida pelo professor britânico Matt Seymour, da Universidade de Leeds, a equipe de pesquisadores analisou os dados de 2.135 pacientes, o maior teste clínico já realizado com doentes em estágio avançado desse tipo de câncer.

Os pacientes de um dos grupos receberam Fluorouracil, seguido de uma fase de tratamento baseado no Irinotecan.

O segundo grupo foi tratado, primeiro, com Fluorouracil, e depois, com um combinado do mesmo e de Irinotecan ou Oxaliplatin. Já os pacientes de um terceiro grupo receberam, desde o princípio, um tratamento de quimioterapia combinada.

Os resultados obtidos revelaram que os pacientes do primeiro grupo foram os que apresentaram um índice menor de sobrevivência. No entanto, o tratamento aplicado ao segundo e terceiro grupos, contra as expectativas, apresentou uma taxa de eficácia muito próxima à do primeiro no prolongamento da vida dos doentes.

Além disso, os efeitos tóxicos foram menores durante a etapa em que, no segundo grupo, os pacientes tomaram apenas Fluorouracil.

"Este extenso teste produziu resultados surpreendentes, que desafiam os tratamentos padrões contra câncer de cólon e de reto em estado avançado", concluem os autores.

O segundo estudo foi elaborado por uma equipe liderada pelo professor Cornelis Punt, do Centro Médico Universitário St. Radboud, em Nijmegen, na Holanda.

Este relatório mostrou que, de maneira similar, a partir dos dados de 820 pacientes e se aplicando, de forma seqüencial, Capecitabine, Irinotecan e Oxaliplatin, seria possível conseguir resultados tão eficazes como os obtidos com uma quimioterapia combinada.

Esta é composta por esses três remédios, mas com um nível menor de toxicidade.

"A quimioterapia continua sendo o pilar do tratamento para esse tipo de doença, mas nossos resultados provam que um tratamento seqüencial é uma opção válida e eficaz para os pacientes", conclui a pesquisa.

Em uma nota que acompanha o artigo, os médicos Hans-Joachim Schmoll e Daniel Sergeant, da Universidade Martin-Luther e do hospital Mayo Clinic, respectivamente, afirmam que, por enquanto, a maioria dos testes continua demonstrando os benefícios da quimioterapia combinada desde o início do tratamento.