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Chip poderia prevenir ataques de epilepsia e restaurar funções vitais

Da Efe, em Miami

24/07/2007 21h13

Pesquisadores da Universidade da Flórida (UFA) estão desenvolvendo chips que, uma vez implantados no cérebro humano, poderiam prevenir os ataques epilépticos e restaurar funções vitais, informou nesta terça o centro universitário.

Estrategicamente implantados no cérebro os pequenos chips poderiam "interpretar" sinais e estimular os neurônios para que reajam corretamente, algo que permitiria a uma pessoa que perdeu um membro de seu corpo controlar a prótese com seus próprios pensamentos.

Com um orçamento de US$ 2,5 milhões doados pelos Institutos Nacionais da Saúde, os especialistas da UFA de Gainsville, no norte da Flórida, avançam no desenvolvimento do "neuroprótese", projetado para seu implante no cérebro humano.

Embora atualmente tenha sido implantado somente em ratos, espera-se que nos próximos quatro anos os pesquisadores contem com um protótipo de dispositivo que poderia ser testado nos seres humanos.

Para os pesquisadores do Colégio de Medicina e de Engenharia da UFA, o objetivo inicial é combater transtornos tais como a paralisia e a epilepsia.

"Sentimos que podemos fazê-lo, que teremos a tecnologia para oferecer novas opções aos pacientes", disse Justin Sánchez, diretor do Grupo de Pesquisa de Neuroprótese da UFA.

Sánchez sustentou que a esperança é poder "curar mais rapidamente uma variedade de doenças".

Os especialistas foram capazes durante anos de decodificar a atividade do cérebro mediante o uso de eletroencefalogramas.

No entanto, acrescentou Sánchez, a tecnologia usada "não era suficientemente sensível", como permitir que os pesquisadores "decodificassem os sinais cerebrais com a precisão" necessária.

Hoje em dia os especialistas enfocam na decodificação dos sinais emitidos pelos eletrodos colocados diretamente no cérebro mediante o uso de fios com o diâmetro de um pêlo.

"Os cientistas se deram conta que aprofundando no interior do cérebro podemos capturar muito mais informação", disse o neurologista.

O "chip" que está sendo desenvolvido pelos cientistas da UFA poderia compilar informações dos sinais, decodificá-las e estimular o cérebro por meio de um dispositivo sem filamentos.

Enquanto isso, os pesquisadores avaliam os efeitos dos dispositivos implantados nos ratos e os resultados da colocação de eletrodos na superfície do cérebro humano.