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Fatores ambientais matam por ano 4 milhões de crianças

Da Efe, em Genebra

27/07/2007 12h25

Mais de 4 milhões de crianças com menos de 5 anos morrem todos os anos devido a fatores ambientais, principalmente devido à exposição a substâncias químicas e à má qualidade do ar e da água, disse nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

As crianças, principalmente as de países em desenvolvimento, são mais vulneráveis aos fatores do meio ambiente, ressalta a OMS, que calcula que 30% das mortes de menores no mundo todo podem ser atribuídas às más condições ambientais.

A agência de saúde das Nações Unidas apresentou hoje seu primeiro relatório sobre o impacto do meio ambiente na saúde das crianças, que, segundo a especialista Jenny Pronczuk, "representam 60% da população mundial, mas, ao mesmo tempo, 100% do futuro".

Neste sentido, o relatório indica que as crianças têm uma suscetibilidade diferente nos distintos períodos de sua vida.

Segundo a especialista da OMS, comportamentos como engatinhar ou colocar as mãos na boca aumentam o nível de exposição dos menores em relação aos mais velhos.

Na apresentação, Pronczuk afirmou que muitos efeitos da exposição a substâncias químicas são irreversíveis e que há evidências de que doenças como câncer ou patologias cardiovasculares em adultos estão associadas a algum tipo de exposição a um agente químico durante a infância.

No caso específico das crianças, a OMS cita alguns efeitos negativos na saúde derivados do contato com substâncias químicas, entre eles a morte pré-natal, crianças que nascem abaixo do peso, más-formações congênitas e o pouco desenvolvimento nas primeiras fases de vida.

O relatório menciona ainda o surgimento da asma e outros transtornos imunológicos em crianças mais velhas e em adolescentes, como a puberdade precoce ou retardada.

O documento frisa que as grávidas que estiverem expostas a certos elementos, como o chumbo existente nos combustíveis, podem chegar a abortar.

O relatório da OMS se baseia em pesquisas de 24 especialistas em muitos países e tem como objetivo aprimorar as políticas de saúde de proteção da infância.