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Nasa lançará cápsula rumo a Marte no dia 4 de agosto

Da Efe, em Washington

31/07/2007 18h20

O lançamento da cápsula "Phoenix" rumo ao pólo norte de Marte, onde analisará traços de água e buscará rastros de vida, ocorrerá no dia 4 de agosto, informou nesta terça-feira a Nasa, em entrevista coletiva.

Os responsáveis da agência espacial norte-americana disseram que a saída foi adiada em um dia devido às previsões de condições climatológicas adversas no Centro Espacial Kennedy (Cabo Canaveral, Flórida), que incluem fortes tempestades.

O engenheiro titular da Nasa em Langley (Virginia) Prasun Desai explicou que a janela para o lançamento termina em 24 de agosto.

O centro de Langley trabalha desde fevereiro de 2003 na fase de aterrissagem da "Phoenix" no planeta.

A cápsula levará dez meses para chegar a Marte, a cerca de 20.300 km/h, na primeira missão espacial ao pólo norte marciano.

A prospecção no solo de Marte começou em 1997, com a missão "Pathfinder", que levou ao planeta o veículo "Sojourner", que fez as primeiras imagens detalhadas da superfície marciana.

Em janeiro de 2004 chegaram a Marte os veículos "Spirit" e "Opportunity", que exploraram uma área rochosa durante vários anos com câmeras e instrumentos.

Eric Queen, outro engenheiro do centro de Langley, ressaltou hoje que uma das grandes vantagens do local de aterrissagem é que se trata de uma das áreas menos rochosas do planeta vermelho.

O engenheiro explicou que a cápsula tentará buscar água congelada debaixo da superfície do planeta para determinar se ali haveria vida, enquanto supervisionará o clima polar em Marte e a mudança de estações.

Desai e Queen relataram que, ao contrário das missões anteriores dos veículos "Spirit" e "Opportunity", que desde 2004 exploram uma área rochosa com câmeras e instrumentos, a "Phoenix" não usará bolsas de ar para aterrissar.

As bolsas de ar permitem a desaceleração do aparelho ao descer.

A "Phoenix" usará um esquema de propulsão para perder velocidade e aterrissar.

A engenheiras Jill Prince ressaltou que atualmente há cinco veículos na superfície de Marte e ao redor do planeta, mas apenas três - dois americanos e um europeu - estão ativos. Os centros na Terra perderam contato com os outros dois.

Desai explicou também que uma das diferenças entre a "Phoenix" e os veículos anteriores é que se trata de um veículo "maior", que desperta "mais confiança".

"Fizemos mais provas com ele, e seus sistemas de radares são melhores", afirmou.

Para que a cápsula não transporte acidentalmente microorganismos a Marte, os técnicos tiveram especial cuidado em preparar seu lançamento, para o qual foi lavada a seco e passou por uma limpeza especial para reduzir o número de germes.

Seu braço robótico também foi selado com um material especial para evitar que se contamine.

As operações na superfície de Marte estão planejadas de acordo com o dia marciano. Já que Marte tem um período de rotação maior que o da Terra, um dia no planeta tem 40 minutos a mais que o daqui.

Imediatamente depois de "Phoenix" se apoiar em seus três pés sobre a superfície marciana, dois painéis solares se abrirão como se fossem leques circulares. De um extremo ao outro dos dois painéis, a cápsula medirá 5,50 metros.

Logo depois será ligado um sistema de análise térmica e de gás, chamado TEGA, que combina um forno de alta temperatura e um espectrômetro.

O braço robótico fornecerá aos oito fornos do TEGA amostras de solo e gelo em canos do tamanho de um carregador de tinta de caneta.

Cada forno será usado apenas uma vez para análise das amostras.

A câmera do braço robótico fornecerá aos cientistas imagens e as cores da superfície marciana.

Estava previsto que a "Phoenix" fosse lançada em 2001, mas a missão foi cancelada. Caso sobreviva a sua missão em Marte, o aparelho se transformará em uma estação atmosférica.