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Cientistas projetam laser capaz de detectar remédios falsos sem abrir frasco

Da Efe<br>Em Londres

24/09/2007 12h34

Uma equipe de cientistas britânicos criou um laser capaz de verificar a autenticidade dos remédios sem precisar abrir o frasco do medicamento.

"A falsificação de remédios é um problema mundial", afirmou o chefe dos pesquisadores, Pavel Matousek, do laboratório Rutherford Appleton, em Oxfordshire (oeste de Londres), já que entre 50% e 90% dos comprimidos ou pílulas contra a malária vendidos na África são falsos.

"Muitas vezes falamos de remédios falsos que podem provocar a morte, como nos casos de malária, tuberculose e câncer", acrescentou o médico.

Os cientistas desenvolveram uma nova forma de espectroscopia Raman, uma ferramenta baseada na radiação eletromagnética capaz de identificar as moléculas dos produtos químicos.

A nova técnica, chamada espectroscopia espacial compensada Raman, permite obter dados sobre a composição química dos remédios através do frasco de vidro, de vasilhas plásticas, do invólucro da cápsula e das caixas.

O método já existente, a espectroscopia Raman, permitia também autenticar os remédios, mas era preciso retirar os comprimidos das caixas, o que impedia que as drogas autênticas pudessem ser comercializadas novamente, uma vez que tinham sido abertas.

Segundo o artigo publicado na última edição da revista americana "Analytical Chemistry", o laser, por enquanto, não consegue analisar os remédios através do metal, mas pode apenas comprovar a autenticidade dos medicamentos que, como no caso do Viagra, se tornaram os mais falsificados nos últimos anos.

A espectroscopia Raman, que deve seu nome ao físico indiano Chandrasekhara Raman, requer a iluminação de uma fonte de luz monocromática (laser) para que o espectrograma da luz dispersada mostre os desvios causados pelas mudanças de estado nas moléculas.

Esta técnica a laser foi usada também para restaurar obras de arte rapidamente sem agredi-las e atestar sua autenticidade e idade.