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Certas células-tronco da medula propiciam metástases do câncer de mama

Da Efe<br>Em Londres

04/10/2007 05h43

Algumas células-tronco extraídas da medula óssea dos pacientes propiciam o desenvolvimento e a metástase do câncer de mama, revela um estudo de especialistas norte-americanos publicado no último número da revista científica britânica "Nature".

Esta conclusão destaca que, longe de representar uma prática beneficente para as pessoas afetadas por câncer de mama, o fato de que células-tronco da medula óssea entrem em contato com as células já danificadas pelo tumor é prejudicial para o paciente, segundo os pesquisadores.

Concretamente, os cientistas do Instituto de Pesquisa Biomédica Whitehead de Cambridge se referem às células-tronco mesenquimais, muito utilizadas em tratamentos regenerativos e em tratamentos genéticas.

"Em nosso estudo demonstramos que quando as células-tronco mesenquimais derivadas da medula óssea se misturam com outras células de carcinoma de peito em processo de metástase o potencial de metástase do tumor aumenta", asseguram os especialistas à revista.

Segundo os pesquisadores, as células danificadas, ao se misturarem com estas novas, estimulam a secreção da quemoquina CCL5, uma proteína que ajuda as células cancerígenas a passar através das veias e encontrar novos lugares onde se alojar.

No entanto, os especialistas não esquecem as propriedades beneficentes das células-tronco mesenquimais, que "contribuem para a manutenção e regeneração de uma grande variedade de tecidos conjuntivos, entre eles os adiposos e os musculares".

Embora residam majoritariamente na medula óssea, as células mesenquimais também são encontradas espalhadas por outros tipos de tecidos, onde servem como fonte latente de células-tronco.

Este tipo de células participa da formação das cicatrizes que aparecem em nossa pele como conseqüência de uma ferida.