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Grupos ambientalistas condenam reivindicação da britânica sobre Antártida

Da Efe<br>Em Londres

18/10/2007 13h56

Grupos ambientalistas como o Greenpeace e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) condenaram o plano britânico de reivindicar direitos soberanos sobre mais de um milhão de quilômetros quadrados na Antártida.

Toda reivindicação nesse sentido ameaça a estabilidade do Tratado Antártico de 1959, que paralisou as disputas territoriais em torno do continente, segundo os ecologistas.

Eventuais prospecções na busca de petróleo ou gás poderiam colocar em risco o delicado ecossistema marítimo do Oceano Antártico, segundo Simon Walmsley, diretor do programa marinho do WWF no Reino Unido, citado hoje pelo jornal "The Guardian".

Para Walmsley, pode ser apenas uma simples tática, "algo que muitos países estão fazendo porque há um prazo (maio de 2009) para apresentar suas reivindicações".

"Em nenhum caso apoiaremos a prospecção de petróleo ou gás na Antártida. O mecanismo do Tratado Antártico é bom", afirmou.

Charlie Kronic, da seção britânica do Greenpeace, qualificou de "enorme irresponsabilidade" a iniciativa britânica, publicada na quarta-feira pelo mesmo jornal.

"É surpreendente que o Governo (britânico) esteja liderando, ao mesmo tempo, a luta internacional contra a mudança climática e uma nova corrida pelo petróleo", explicou Kronic.

"A Antártida é um dos grandes territórios virgens que restam no mundo, e os pólos serão os mais afetados pela mudança climática. É uma iniciativa totalmente equivocada", afirmou.

Uma porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores britânico afirmou na quarta-feira que outros países, como Austrália e Nova Zelândia, já apresentaram suas reivindicações na Antártida, e disse que Londres também quer dar esse passo para proteger os interesses nacionais.

Depois de o jornal informar sobre as intenções britânicas, o chanceler argentino, Jorge Taiana, disse em Roma que Buenos Aires fará sua própria "apresentação na Comissão de Limites da Plataforma Continental das Nações Unidas".

A ação argentina, segundo Taiana, "incluirá obviamente o Setor Antártico Argentino, assim como as Ilhas Malvinas, a Geórgia do Sul e Sanduíche do Sul", territórios que qualificou de "parte integrante do território argentino".

Em setembro, o "Guardian" revelou que o Governo de Londres preparava um dossiê para reivindicar as águas territoriais em torno das Malvinas, da Geórgia do Sul, da ilha de Ascensão" e de outros territórios com o objetivo de explorar seus recursos naturais.