Topo

Nave Discovery aterrisa sem problemas no Centro Espacial Kennedy, na Flórida

07/11/2007 19h06

Washington, 7 nov (EFE).- A nave Discovery aterrissou hoje semproblemas as 18h01 (16h01 em Brasília) no Centro Espacial Kennedy,em Cabo Canaveral (Flórida, Estados Unidos), após cumprir 16 dias demissão espacial.

No momento da aterrissagem, as condições climáticas eramadequadas.

Ao chegar à Terra, os tripulantes receberam boas-vindas pelorádio do controle da missão da Nasa, que considerou a viagem"formidável".

A nave Discovery, comandada por Pamela Melroy, iniciou o processode entrada na atmosfera por volta do meio-dia. A partir daí, fez umpercurso de quase uma hora até os Estados Unidos.

É a primeira vez que uma nave realiza essa trajetória desde 2003,quando o ônibus espacial Columbia se desintegrou ao reentrar naatmosfera, devido a uma série de problemas na proteção térmica.

A Discovery entrou hoje na atmosfera pela Colúmbia Britânica, noCanadá. A nave desceu em trajetória diagonal sobre Montana(Wyoming), as Grandes Planícies, entrando depois na Flórida.

A Nasa decidiu realizar a chegada ao Centro Espacial Kennedy dedia, para evitar uma aterrissagem noturna, considerada maisperigosa.

As inspeções realizadas na segunda e na terça-feira mostraram quea proteção térmica da nave era capaz de suportar o forte calor (detrês mil graus) enfrentado ao entrar na atmosfera terrestre.

Ao iniciar a missão, em 23 de outubro, os astronautas da nave eda Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês)conseguiram instalar o módulo de fabricação italiana Harmony semnenhum problema. Além disso, movimentaram uma viga deaproximadamente 17 toneladas para o outro lado.

O módulo permitirá o ajuste de um laboratório de fabricaçãoeuropéia e outro japonês nas próximas missões.

No entanto, os imprevistos começaram em 30 de outubro, quando osastronautas foram obrigados a desdobrar os painéis solares quesuportavam a viga recolocada, no lado esquerdo da ISS.

Neste momento, o segundo dos painéis foi danificado. Osespecialistas afirmam que isso ocorreu devido ao excesso de tensãonum dos cabos que mantém todos unidos.

O imprevisto forçou a Nasa a improvisar uma forma de regular oproblema e também a desenhar novas ferramentas.

Quatro dias após os painéis solares se danificarem, o astronautaScott Parazynski trabalhou suspenso por uma extensão do braçorobótico da nave.

Parazynski ficou a alguns centímetros dos painéis, pelos quaispassam uma corrente de mais de cem volts.

A caminhada de sete horas e 19 minutos - 39 minutos a mais que oprevisto - correu bem. No entanto, Parazynski e Douglas Wheelockestavam com níveis muito baixos de oxigênio no final.

Assim, acabaram deixando alguns alicates que ficaram flutuando noespaço.

Esta foi a primeira vez que um astronauta trabalhou tão longe dosarredores da ISS, muito próximo a painéis solares com uma correnteelétrica relativamente alta e movimentando-se constantemente parafrente e atrás.

A Nasa o considerou como um dos grandes hechos na históriaespacial.

O êxito na regulagem dos painéis permitirá que a agência espacialamericana prossiga com os planos para a missão Atlantis em dezembro.

A nave entregará o laboratório europeu à ISS.

Apesar disso ter permitido que não ocorra uma diminuição naprovisão energética à ISS, ainda não solucionou o problema com osfragmentos metálicos achados numa das juntas rotatórias de uma vigaque sustenta os painéis, algo que pode afetar a estrutura no futuro.