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Protocolo de Kyoto completa dez anos sem perder atualidade

Juan Palop<br>De Tóquio

10/12/2007 16h11

O Protocolo de Kyoto, a primeira estratégia mundial para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa, completa hoje dez anos, passando de um acordo inicialmente ignorado para assunto-chave na agenda global.

O Protocolo nasceu como uma ambiciosa aposta mundial para frear os efeitos da atividade humana sobre a natureza, mas se transformou posteriormente em uma arma política com resultados desiguais.

Hoje, em Kyoto, não ocorreram comemorações que lembrassem o barulho feito há dez anos em torno da negociação dos pontos mais polêmicos do acordo, no que foi o primeiro documento a estabelecer um vínculo legal entre nações para o combate global à mudança climática.

Entre os sucessos do Protocolo de Kyoto está a adesão de um grande conjunto de países. O acordo entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, oito anos após sua aprovação.

Naquele ano, o conjunto de países signatários conseguiu representar os produtores de mais de 55% de emissões mundiais dos gases do efeito estufa - a meta fixada para que o tratado tivesse efeito.

Entre os que assinaram o Protocolo estão todos os membros da União Européia (UE), os países das Américas Central e do Sul, Japão, Canadá, Austrália, assim como a maioria das nações asiáticas e africanas.

O Protocolo de Kyoto não obriga os países em desenvolvimento a reduzirem emissões poluentes. Por outro lado, os industrializados devem diminuí-las entre 6% e 8% até 2012, em relação aos números de 1990.

Um dos grandes fracassos vividos pelo Protocolo de Kyoto foi a decisão do presidente americano, George W. Bush, de não aderir ao acordo, apesar de os Estados Unidos serem o maior emissor de gás carbônico do mundo.

Outro obstáculo enfrentado pelo tratado foi a impossibilidade de limitar as emissões das principais potências emergentes, como China e Índia, países que se tornaram alguns dos maiores poluentes do planeta nos últimos anos.

Os Governos destes dois países são reticentes a qualquer compromisso com o Protocolo de Kyoto, alegando que a prioridade neste momento é melhorar o nível de vida de seus milhões de cidadãos pobres e que qualquer restrição limitaria seu progresso.