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Proposta defendida pelo Brasil marca fim de etapa da conferência de Bali

Da Efe<br>Em Nusa Dua

11/12/2007 19h23

A proposta defendida principalmente pelo Brasil de incentivar economicamente a conservação das florestas foi um dos momentos marcantes do final de uma parte considerável da 13ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática na ilha de Bali, na Indonésia.

Entretanto, muitas partes ainda lembram a importância de melhorar a gestão dos recursos financeiros para evitar que países os quais estejam derrubando árvores com grande intensidade possam se beneficiar de incentivos por conservar suas florestas.

Mas a atitude de Estados Unidos, Japão e Canadá em serem reticentes a estabelecerem compromissos concretos de redução das emissões de gases do efeito estufa acabou sendo o principal assunto em Bali até o momento.

Após as reuniões que tiveram início no último dia 3, começa nesta quarta-feira o lado ministerial do evento, que contará com a participação dos responsáveis pelas pastas de meio ambiente de quase 200 países.

Os ministros, muitos dos quais já começaram a chegar ao complexo onde a conferência está sendo realizada, terão sobre a mesa uma minuta de trabalho com muitas dúvidas a serem elucidadas.

Entre elas, se destaca a possibilidade de incorporar ao acordo final da conferência um parágrafo que comprometa os países desenvolvidos a reduzirem suas emissões de dióxido de carbono entre 25% e 40% no ano 2020.

Tal redução, recomendada pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês), é a defendida pela União Européia (UE) nas negociações.

Entretanto, países como EUA, Japão e Canadá são reticentes a fixar números concretos para não comprometerem as conversas que devem ocorrer durante os próximos meses e anos, informaram fontes da delegação espanhola em Bali.

As mesmas fontes observaram que japoneses e canadenses estão mostrando uma "extrema cautela" na hora de assumir compromissos concretos, e confiaram em que a negociação política que terá início nesta quarta-feira permitirá avançar rumo a um acordo que satisfaça todas as partes.

A ministra do Meio Ambiente espanhola, Cristina Narbona, expressou suas dúvidas em relação à possibilidade de os EUA aceitarem que compromissos concretos de redução de emissões para 2020 sejam fixados no acordo final.

Em declarações dadas a jornalistas no final das reuniões de hoje, Narbona considerou que a cúpula aprovará uma convocação à comunidade internacional com o objetivo de multiplicar os esforços nos próximos meses para conseguir levar à cúpula de 2009 uma proposta de Protocolo que substitua o de Kyoto que vence em 2012.