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Cientistas israelenses descobrem fungo que pode combater câncer de próstata

Da Efe<br>Em Jerusalém

12/12/2007 19h50

Pesquisadores da Universidade de Haifa descobriram compostos ativos no fungo conhecido como Ganoderma lucidum capazes de frear alguns mecanismos que influenciam a evolução do câncer de próstata.

Um comunicado emitido nesta quarta-feira pela universidade indica que o fungo - conhecido como Reishi e comestível no Japão e na China - inibe a atividade dos receptores androgênicos e impede a proliferação de células cancerígenas.

Nos últimos anos cresceu o número de pesquisas científicas relacionadas às propriedades de diversos fungos.

Uma das principais características dos fungos é a capacidade de combater o câncer de várias formas, embora a maior parte dos estudos se concentre na atividade de sua atuação sobre o sistema imunológico.

A pesquisa, realizada pelo cientista Ben-Zion Zaidman, dirigida pelos professores Eviatar Nevo e Solomon Wasser, do Instituto de Evolução da Universidade de Haifa, e coordenada por Jamal Mahajna, do Centro Tecnológico Migal Galilee, analisou como os fungos podem atuar contra o câncer dentro das células.

"Até agora, as investigações eram focadas no fortalecimento do sistema imunológico com moléculas de polissacarídeo de alto peso molecular que atuam através de receptores específicos nas membranas celulares", explicou Zaidman.

Ele acrescentou que os pesquisadores israelenses focaram o estudo nas "moléculas metabólicas secundárias, de baixo peso, que podem penetrar nas células e atuar em nível molecular dentro delas".

De acordo com o professor, o câncer de próstata, um dos mais comuns entre os homens ocidentais, é controlado pelo receptor androgênico, principalmente nas primeiras fases da doença.

O especialista afirmou que, por isso, a maior parte das medicações empregadas até o momento para tratar o câncer de próstata reduz a produção de andrógenos ou interfere em sua atividade por meio de receptores androgênicos.

Na primeira fase da pesquisa, 201 extratos orgânicos de 68 tipos de fungos foram produzidos com soluções como éter, acetato etílico e etanol.

Estes diluentes são empregados para selecionar moléculas pequenas o suficiente para atuar dentro da célula.

Dos 201 extratos, 11 conseguiram impedir em mais de 40% a atividade dos receptores.

Em estudos realizados depois, 169 amostras foram examinadas para analisar suas possíveis ações inibidoras do crescimento de células cancerígenas.

Nestas pesquisas, 14 extratos foram capazes de impedir a proliferação de células do câncer de próstata.

"Os resultados do estudo são particularmente interessantes do ponto de vista comercial", afirmou Zaidmam, que acredita que o fungo Ganoderma lucidum pode ser objeto de outros estudos e propiciar o surgimento de novos medicamentos.