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FAO afirma que gripe aviária continua sendo uma ameaça mundial

Da Efe<br>Em Roma

24/01/2008 17h23

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) afirmou hoje em comunicado que os recentes focos em vários países demonstram que "a gripe aviária continua sendo uma ameaça mundial", apesar dos avanços registrados no controle da doença.

A entidade explica que desde dezembro de 2007 foram detectados novos focos do vírus H5N1 na população de aves de curral em Bangladesh, Benin, China, Egito, Alemanha, Índia, Indonésia, Irã, Israel, Mianmar, Polônia, Rússia, Ucrânia, Turquia e Vietnã.

Com exceção de poucos casos registrados em aves silvestres em China, Polônia e Reino Unido, "a maior parte dos focos confirmados se produziu em aves domésticas, incluindo frangos, perus, gansos e patos".

O responsável veterinário da FAO, Joseph Domenech, disse que houve grandes avanços para manter o H5N1 sob controle no mundo, mas a crise "está longe de ter terminado e continua sendo bastante preocupante em Indonésia, Bangladesh e Egito, onde o vírus se encontra profundamente enraizado".

Ele pediu aos países que "continuem vigiando de forma estreita o desenvolvimento da situação", já que "o vírus não se tornou mais contagioso para os humanos, mas conseguiu resistir em partes da Ásia, África, e provavelmente na Europa, e ainda poderia provocar uma pandemia de gripe humana".

Sobre a situação em algumas nações, Domenech indicou que a Índia está lutando por manter sob controle seu pior foco de gripe aviária em Bengala Ocidental, enquanto a Indonésia continua sendo um dos países mais afetados, com 31 de suas 33 províncias infectadas desde 2004.

Em Bangladesh, 21 distritos se encontram infectados pelo H5N1 e a situação tende a piorar, pois "a doença parece ser endêmica e as campanhas de controle e acompanhamento não conseguiram até o momento deter a transmissão de vírus entre províncias".

No Egito, os novos focos demonstram que "as campanhas de vacinação foram, em geral, bem-sucedidas em explorações comerciais, mas não entre os pequenos produtores".

Domenech explicou que os focos detectados em 2007 em Benin, Gana, Nigéria e Togo fazem temer que a doença se estenda em toda a África Ocidental.

"A detecção e imediata resposta em todos os países, principalmente na União Européia (UE), é muito eficaz", mas foram encontradas "infecções de vírus em aves de curral que não são transmitidas pelos animais silvestres".

A FAO investiga se na Europa existem "outras formas de transmissão do vírus e possíveis hospedeiros (seres vivos que alojam de forma crônica um vírus), como os patos silvestres".

A nota do organismo das Nações Unidas termina lembrando que "a vigilância, as intervenções imediatas de controle, a biossegurança, as adequadas campanhas de vacinação e sacrifício, e o fortalecimento dos serviços veterinários são elementos-chave no êxito das campanhas para combater a gripe aviária causada pelo vírus H5N1".