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Cientistas descobrem variações genéticas ligadas ao câncer de próstata

Da Efe<br>Em Londres

10/02/2008 16h01

Cientistas britânicos descobriram sete variações do código genético ligadas ao câncer de próstata, abrindo as portas para novos tratamentos e melhores possibilidades de diagnóstico.

O estudo, realizado pelo Instituto de Pesquisas sobre o Câncer de Sutton (Inglaterra), identificou marcadores genéticos que podem estar presentes em mais da metade dos homens com câncer de próstata.

Individualmente, essas variantes têm um efeito mínimo, mas, em conjunto, podem ter grande influência no desenvolvimento da doença.

Os polimorfismos de nucleotídeo único foram descobertos em sete cromossomos, e alguns deles estavam em regiões ocupadas por quatro genes-chave que podem afetar a vulnerabilidade ao câncer de próstata.

Um desses genes, o LMTK2, está relacionado com uma molécula mensageira, que transmite uma mensagem de uma célula a outra, e poderia ser objeto de novos tratamentos.

Outro, o MSB, está associado à recorrência e difusão do câncer de próstata, e poderia ser útil para o acompanhamento da doença.

O terceiro e o quarto, KLK2 e KLK3, estão relacionados aos níveis sangüíneos da proteína indicadora do câncer de próstata, o PSA.

Nenhuma dessas variantes foi detectada nos próprios genes, mas em regiões próximas da seqüência do código de DNA que pode controlar a atividade genética.

Segundo Ros Eales, chefe da equipe de pesquisadores, "os excelentes resultados obtidos podem nos ajudar a calcular com maior precisão o risco de desenvolver câncer de próstata, o que pode facilitar o desenvolvimento de melhores métodos de diagnóstico e melhores tratamentos".

Atualmente, o diagnóstico é baseado principalmente em uma análise do antígeno específico da próstata: homens com um nível elevado desse antígeno são normalmente submetidos a uma biópsia da próstata, uma intervenção dolorosa.

Segundo o professor Doug Easton, diretor da Unidade de Epidemiologia Genética da Universidade de Cambridge e co-autor da pesquisa, a maioria dos homens tem pelo menos uma dessas variações genéticas.

Apenas em uma minoria deles as variantes coincidem, tornando-os mais suscetíveis à doença, destaca Easton, segundo quem a presença das sete variações em uma única pessoa é raríssima.