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Índia estimulará uso de remédios tradicionais para evitar que desapareçam

Da Efe<br>Em Dova Délhi

25/02/2008 16h48

O governo da Índia iniciará um programa de documentação, legalização e popularização dos remédios tradicionais para evitar que desapareçam, informou hoje o Ministério da Saúde.

Para isso, o Ministério da Saúde deve construir um instituto de medicina tradicional na localidade de Pasighat, no estado de Arunachal Pradesh (nordeste), onde o uso deste tipo de remédio está generalizado, informou a agência "Ians".

"Os métodos tradicionais usados nas áreas rurais da Índia são diferentes da homeopatia e da Unani (medicina alternativa). Estamos tentando documentar e validá-las cientificamente", afirmou o secretário do Ministério da Saúde, Verghese Samuel.

"Devido ao uso da medicina moderna, os métodos tradicionais estão desaparecendo, por isso estamos tentando salvá-los com esta iniciativa", acrescentou.

O diretor do departamento de Ayurveda, Ioga e Naturopatia, Unani, Siddhi e Homeopatia (Ayush), Sanjeev K. Chadha, destacou que a população rural da Índia goza de um "bom sistema imunológico" graças a estes remédios.

Por isso, "deve haver algo de bom" nesse tipo de prática.

"No nordeste da Índia, as pessoas se valem da medicina tradicional para curar doenças como a malária e males como a diarréia, por isso é melhor começar aqui", afirmou Chadha, ao comentar a escolha de Arunachal Pradesh como sede do instituto.

"Estas práticas são muito úteis. Nossa nação, com uma diversidade cultural tão grande, não pode permitir que desapareçam. Como nos manuscritos, aqui há um poço de sabedoria que precisa ser conservado por uma boa causa: o bem-estar de milhões de pessoas", acrescentou Chadha.

Na Índia há mais de 130 grupos tribais e muitos deles vivem no nordeste do país.

No final de janeiro, o governo indiano decidiu submeter os remédios da Ayurveda e naturais a uma série de provas científicas para determinar sua validade.

Sob uma iniciativa denominada "Triângulo de Ouro", os remédios terão que ser aprovadas pelo departamento Ayush, pelo Conselho de Pesquisa Científica e Industrial e pelo Conselho Indiano de Pesquisa Médica.

A Ayurveda, a cada dia mais popular no mundo todo, foi vetado em alguns países ocidentais porque muitos remédios que emprega contêm altas doses de metais, como chumbo e mercúrio, e inclusive arsênico, que podem pôr em risco a saúde.