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Sonda Cassini-Huygens capta tempestade elétrica em Saturno

29/04/2008 21h20

Washington, 29 abr (EFE) - A sonda Cassini-Huygens, umempreendimento conjunto da Nasa e da Agência Espacial Européia(ESA), captou em Saturno uma tempestade elétrica que dispararelâmpagos 10 mil vezes mais poderosos que os da Terra, informouhoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês).

As tempestades elétricas de Saturno são semelhantes às de trovõese relâmpagos produzidas na atmosfera terrestre, indicou o organismoda agência espacial americana em comunicado.

Mas, em Saturno, seu diâmetro é de milhares de quilômetros e ossinais de rádio que emitem seus relâmpagos são milhares de vezesmais carregados do que as tempestades terrestres.

Os ciclones no planeta dos anéis produzem ondas de rádio chamadasdescargas eletrostáticas de Saturno e as ondas da atual tempestadeforam captadas pelos instrumentos científicos em 27 de novembro de2007, afirmou o JPL.

Uma semana depois, as câmeras de Cassini se centraram no quedevia ser o ponto onde ocorria a tempestade, até confirmá-la em 6 dedezembro.

"As explosões eletrostáticas aumentaram ou reduziram suaintensidade durante cinco meses", manifestou Georg Fischer,cientista da Universidade de Iowa.

"Em 2004 e 2006 detectamos tempestades que duraram quase um mêscada. Esta nova tempestade é de longe a mais prolongada",acrescentou.

A nova tempestade foi localizada no hemisfério sul de Saturno, emuma região adequadamente chamada "Storm Alley" (Beco dasTempestades).

Os instrumentos da sonda detectam a tempestade em cada uma dasórbitas do planeta, as quais duram 10 horas e 40 minutos,aproximadamente o tempo de um dia nesse planeta.

Em meados deste mês, a Nasa estendeu por outros dois anos amissão da sonda internacional, cujas "assombrosas descobertas eimagens revolucionaram o conhecimento de Saturno e suas luas",segundo o laboratório.

Originalmente, a missão deveria concluir em julho deste ano, masa extensão permitirá que a sonda realize outras 60 órbitas eaproximações com as 52 luas do planeta catalogadas até agora pelaNasa.

O comunicado do JPL indicou que a nave fará 26 aproximações comTitã, sete com Encélado e uma com Dione, Rea e Helena emdeslocamentos que incluirão estudos dos anéis de Saturno, suamagnetosfera e o planeta em si.

"Esta ampliação não só é uma motivação para a comunidadecientífica, mas para que todo mundo continue decifrando os segredosde Saturno", assinalou Jim Green, diretor da Divisão de CiênciasPlanetárias da Nasa.

Durante quatro anos de atividade contínua, Cassini transmitiuquase 140 mil imagens e informação coletada durante 62 órbitas emtorno de Saturno, 43 aproximações a Titã e 12 mais com as outrasluas.

Mais de 10 anos após seu lançamento e quase quatro anos apósentrar na órbita de Saturno, Cassini é uma nave espacial "saudável eforte", precisou o comunicado.

A nota acrescentou que até quando três de seus instrumentoscientíficos têm alguns problemas de funcionamento, o impacto sobre amissão foi mínimo.

"A Cassini está trabalhando excepcionalmente bem e nossa equipeestá motivada com a perspectiva de outros dois anos", disse odiretor do programa da nave no JPL, Bob Mitchell.