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ONGs tacham de "fracasso" comunicado do G8 sobre mudança climática

Da Efe<br>Em Toyako (Japão)

08/07/2008 06h01

As principais organizações ambientalistas descreveram como um "fracasso" o comunicado conjunto sobre mudança climática emitido hoje pelo Grupo dos Oito (G8, os sete países mais industrializados e a Rússia), que apóia a meta de reduzir pela metade as emissões de CO2 para 2050.

O diretor da WWF Internacional, Kim Carstensen, assegurou à Agência Efe que a cúpula do G8 não conseguiu "tirar os Estados Unidos" de sua posição contrária a avançar na redução de gases que causam o efeito estufa.

Em sua opinião, "os EUA e o Canadá" foram os responsáveis por fazer com que o compromisso do G8 em Hokkaido (Japão) tenha sido "mais ou menos o mesmo" que o estipulado no ano passado.

Carstensen afirmou que agora a responsabilidade deve ser "assumida pela União Européia (UE)", junto com algumas das economias emergentes, já que para envolver os EUA será necessário "esperar pelo ano que vem", quando o sucessor de George W. Bush assumirá o poder.

O líder ecologista disse ainda que os verdadeiros avanços estão acontecendo em "nível nacional", já que países como Brasil, Índia e Japão anunciaram recentemente programas para combater a mudança climática dentro de suas próprias fronteiras.

O conselheiro político do Greenpeace Internacional, Daniel Mitler, disse à Agência Efe que o G8 abdicou de "sua responsabilidade" com o comunicado emitido hoje, já que esses oito países são os "causadores" da maior parte do problema da mudança climática no mundo.

Mitler descreveu a cúpula de Hokkaido como "um fracasso" e explicou que os objetivos a médio prazo criados pelo G8 se limitaram a oferecer uma "linguagem florida, e não ação".

Para o porta-voz da Oxfam Internacional, Antonio Hill, "com o ritmo atual" o mundo estará "cozido" em 2050, e o G8 terá sido "esquecido há tempos".

Em sua opinião, o anúncio dos países mais industrializados é uma "tática" para estagnar os esforços para combater a mudança climática, e não faz nada para "reduzir o risco que milhões de pessoas pobres enfrentam no mundo todo".