Topo

Problema estético gerado por extração de tumor de mama causa depressão, diz estudo

Da Efe<br>Em Washington

08/07/2008 21h54

A lumpectomia para remover o câncer de mama gera depressão e medo, apesar de muitas mulheres acharem que a intervenção cirúrgica desfigura menos que a extirpação total do seio, segundo um estudo publicado hoje pela revista "Journal of Clinical Oncology".

Cientistas do Centro Integral de Oncologia da Universidade de Michigan apontaram que quase um terço das mulheres submetidas à lumpectomia disseram que a assimetria do seio era uma desfiguração que afetava sua qualidade de vida.

Muitas mulheres diagnosticadas com câncer de mama podem escolher a intervenção cirúrgica em que se extrai só o tumor e o tecido do entorno (lumpectomia).

A outra possibilidade é a mastectomia, na qual o seio afetado é completamente extirpado.

Os cientistas disseram que, em comparação com as mulheres que ficaram sem um seio, aquelas com uma assimetria considerável do busto revelaram um maior temor de uma reincidência do câncer, assim como consideráveis sintomas de depressão.

Também se sentiam menos saudáveis e muito mais estigmatizadas pelo tratamento contra o câncer.

Segundo Jennifer Waljee, cirurgiã geral da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, um dos fatores mais importantes posterior à operação foi o resultado estético experimentado pelas mulheres.

"É importante que as mulheres considerem esse problema quando tomarem uma decisão sobre a intervenção cirúrgica", declarou.

Devem levar em conta que, embora conservar o peito desfigure menos que a mastectomia, é provável que sofram uma assimetria que terá impacto na qualidade de vida, acrescentou.

Outro estudo publicado na mesma revista mostrou que o câncer de mama em mulheres jovens é geralmente mais agressivo e responde menos ao tratamento que o mesmo tipo em mulheres de idade avançada.

Segundo cientistas do Instituto Duke, na Carolina do Norte, o câncer de mama em mulheres jovens tem características genéticas que não aparecem em mulheres mais velhas.

Kimberley Blackwell, oncologista da Universidade de Duke e diretora do estudo, explicou que já se sabia que as mulheres com menos de 45 anos têm uma pior resposta ao tratamento e registram um maior nível de reincidência que as com mais de 65.

"Agora, conseguimos entender o porquê. Isto nos permitirá desenvolver melhores tratamentos para estas mulheres jovens", acrescentou.