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Corações de embriões de rato com células doentes nascem sadios, diz estudo

Da Efe<br>Em Berlim

13/10/2008 17h24

Os corações de embriões de rato que possuem células doentes são capazes de se curar sozinhos antes do nascimento do animal, segundo um estudo dirigido pelo cientista alemão Jörg Detlef Drenkhahn, do Max-Delbrück-Center de Medicina Molecular de Berlim.

Fontes desse instituto informaram hoje que os fetos de rato têm uma "surpreendente capacidade" de se curar sozinhos através de um processo no qual as células doentes desaparecem e são substituídas por outras sãs.

Um importante crescimento das células sãs, enquanto o animal permanece no útero de sua mãe, permite que no momento do nascimento o coração do animal funcione normalmente.

Até agora, com exceção do fígado, um processo de regeneração celular dessas características nunca havia sido detectado nos órgãos internos dos mamíferos.

Os pesquisadores identificaram um gene presente nas células embrionárias, importante para a função das mitocôndrias - organelas encarregadas da provisão de energia da célula -, cuja alteração no caso das pessoas pode resultar em cardiomiopatias.

O estudo foi realizado com exemplares de embriões de fêmeas, que contavam com 50% de células sãs e 50% de células doentes no coração. Após o nascimento, o número de células sãs dos filhotes era de 90%.

Caso se identifiquem por completo os mecanismos moleculares e os fatores que favorecem essa cura, esses processos também poderiam ser investigados em animais adultos, ressalta o estudo, que será publicado pela revista britânica "Developmental Cell".

O relatório diz que futuras pesquisas podem identificar já na fase embrionária as doenças cardíacas que 40% dos animais desenvolvem na idade adulta, não sendo tão importante saber se as células permanecem doentes após o nascimento, mas identificar quais são elas.