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Homens com muita barriga têm mais câncer de próstata

Da Efe<br>Em Berlim

18/11/2008 12h10

Os homens com muita barriga são mais propensos a contrair câncer de próstata do que os que acumulam poucas gorduras na região abdominal, conclui um estudo realizado por cientistas do Instituto Alemão de Nutrição (Dife, na sigla em alemão) em Potsdam, próximo a Berlim.

De acordo com a pesquisa, divulgada hoje, após observar 153 mil homens, a relação entre o perímetro da cintura e o do quadril é a que melhor reflete o risco de ter este câncer.

A decisão do Inca (Instituto Nacional de Câncer) de desaconselhar os exames de toque retal e de dosagem de PSA para homens que não tenham sintomas de câncer de próstata foi criticada por urologistas. Em nota, a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) disse que "esperar a ocorrência de sintomas para procurar cuidados médicos pode fazer com que o câncer de próstata esteja em estágio avançado, com impossibilidade de cura". Leia mais
POLÊMICA SOBRE PREVENÇÃO
SAIBA MAIS SOBRE O CÂNCER DE PRÓSTATA
Os cientistas suspeitam de que a gordura abdominal tenha uma influência negativa sobre o balanço hormonal.

Os homens com um coeficiente de cintura-quadril superior a 0,99 têm 43 % mais risco de ter câncer de próstata do que aqueles com um coeficiente inferior a 0,89.

Este coeficiente é obtido pela divisão do perímetro da cintura pelo perímetro do quadril.

Ambos os perímetros permitem tirar conclusões sobre o volume de gordura acumulada na região abdominal.

"Até agora sabemos pouco sobre a relação causal", reconheceu Heiner Boeing, um dos autores do estudo, que apontou a possibilidade de relação entre a gordura e o nível dos andrógenos (hormônios masculinos).

O relatório faz parte de um amplo estudo sobre a relação da alimentação com o câncer e outras doenças crônicas como o diabetes do tipo 2, intitulado "European Prospective Investigation into Câncer and Nutrition" (Investigação por Sondagens Sobre Câncer e Alimentação - Epic, na sigla em inglês) e iniciado em 1992.

Já é sabido que altos acúmulos de gordura abdominal elevam sensivelmente os riscos de infarto do miocárdio e de diabetes.