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ONU alerta que vacinas contra febre amarela podem acabar em 2010

Da Efe<br>Em Genebra

26/05/2009 12h09

As principais organizações de saúde advertiram hoje que se não houver mais financiamento para aumentar a reserva global, as vacinas contra a febre amarela estarão esgotadas em 2010, deixando milhões de pessoas com risco de contrair a doença.

"Se permitirmos que as reservas de vacinas contra a febre amarela se esgotem, os países que ainda não se beneficiaram das campanhas de imunização contra a doença serão injustamente abandonados", declarou o especialista em Saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) Edward Hoekstra.

Se as vacinações não continuarem, 150 milhões de crianças e adultos na África continuarão expostos a essa doença, especialmente em Benin, Serra Leoa, Nigéria, Libéria, Guiné, Gana e Costa do Marfim, como assinalou o Grupo de Coordenação Internacional para a Provisão de Vacinas contra a febre amarela.

Dele fazem parte OMS, Médicos sem Fronteiras (MSF), Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) e Unicef.

A população de cinco dos 12 países mais vulneráveis à doença (Togo, Mali, Senegal, Burkina Fasso e Camarões) já está protegida graças às vacinações patrocinadas pelo Fundo Financeiro Internacional para a Imunização (IFFI).

E apenas com o programa de vacinação de Burkina Fasso e Camarões se alcançou 95% da população mundial afetada pela doença.

O coordenador de Provisões e Intervenção em Epidemias da Organização Mundial da Saúde (OMS), William Perea, disse que a crise financeira e econômica mundial é a causadora dessa falta de contribuições.

"Se olharmos para antes de 2009, já veremos graves reduções de financiamento. Embora a produção de vacinas contra a febre amarela tenha triplicado desde 2001, a manutenção do programa está limitada pela falta de provisão de vacinas em 2009", disse Perea.

A febre amarela, causada por um vírus transmitido pelos mosquitos, é endêmica nas regiões de selva, onde a OMS calcula que se produzem perto de 206 mil casos e 52 mil mortes ao ano.