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Fechamento de escolas pode reduzir casos de gripe em pandemia, diz revista

Da Efe<br>Em Londres

20/07/2009 09h45

O fechamento prolongado das escolas pode reduzir os casos de gripe no ponto mais alto de uma pandemia e, assim, aliviar o trabalho dos serviços de saúde, mas não terá um grande impacto no número total de doentes.

Assim afirmaram especialistas do Departamento de Epidemiologia do Imperial College de Londres, em artigo que será publicado no próximo mês na revista "The Lancet Infectious Deseases".

Os médicos, que fazem sua análise a partir das provas obtidas de outras epidemias e pandemias no mundo, consideram que a decisão final sobre o fechamento de colégios durante períodos prolongados deve avaliar cuidadosamente a gravidade da pandemia.

Segundo o artigo, o fechamento de escolas é associado a um alto custo social e econômico, e pode alterar serviços vitais.

A transmissão da doença entre as crianças é grande, levando em conta que 60% dos casos da atual pandemia de gripe suína ocorre em menores de 18 anos, acrescenta.

Também lembra que as crianças são mais suscetíveis à gripe do que os adultos, o que pode ser um grande argumento para o fechamento de escolas na atual pandemia de gripe suína.

Este fechamento pode quebrar a cadeia de transmissão, com possíveis benefícios, como reduzir os casos, diminuir a epidemia para dar mais tempo à fabricação de vacinas e limitar o estresse no sistema de saúde, destacam os autores.

No entanto, especificam que a decisão sobre os colégios pode ter efeitos negativos em trabalhadores que prestam serviços vitais, como médicos e enfermeiras, já que eles também são pais e podem ter que ficar em casa para cuidar dos filhos.

A "Lancet" ressalta que estudos no Reino Unido e nos EUA estimam que o fechamento de escolas durante um período de 12 semanas pode ter um custo de entre 1% e 6% do Produto Interno Bruto (PIB) destes países.

No Reino Unido, 29 pessoas morreram após contrair a gripe suína e as autoridades sanitárias britânicas acreditam que, no final de agosto, 100 mil pessoas por dia podem contrair a doença.

Apesar do nome, a gripe suína não apresenta risco de infecção por ingestão de carne de porco e derivados.