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Mapeamento de genoma humano pode ser 80% mais barato, segundo pesquisa

Da Efe

10/08/2009 19h23

A filosofia do "baixo custo" já não é exclusiva das companhias aéreas e agora chegou também à ciência, graças a um novo processo que requer somente três cientistas para mapear o genoma humano e que é 80% mais barato que o utilizado até agora.

Até agora, o método mais barato conhecido para fazer mapeamento de DNA custava US$ 250 mil e requeria, pelo menos, 200 pessoas para desenvolver todo o trabalho, no entanto, um professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, conseguiu fazer o mesmo por somente US$ 50 mil e com somente dois cientistas.

O professor de bioengenharia Stephen Quake mapeou seu próprio genoma com essa técnica, segundo explicou em artigo publicado pela revista científica "Nature Biotechnology" e considerou que "é realmente necessário democratizar os frutos da revolução do genoma e dizer que qualquer um pode jogar este jogo".

Reduzir o custo material e econômico deste processo permitirá ter muito mais amostras do código genético humano, o que possibilitará conhecer melhor cada um dos genes, suas mutações, as doenças que podem sofrer e a resposta aos remédios.

À medida que o conhecimento se desenvolver mais e os custos se reduzirem, os médicos poderão sequenciar os genomas de seus pacientes e oferecer medicina personalizada, na qual a prevenção e o tratamento da doença serão feitas seguindo o perfil genético do paciente, segundo Quake.

Até agora, menos de 12 genomas humanos foram mapeados, devido a seu custo e os recursos necessários.

Para sequenciar seu genoma, a equipe de Quake usa um instrumento que já é vendido, tem o tamanho de uma geladeira e se chama SMS Heliscope.

Com outras técnicas, é preciso gerar milhares de cópias do DNA de uma pessoa. No entanto, esta técnica é mais simples e, por isso, o custo e os procedimentos necessários são reduzidos.

Como resultado e após solucionar alguns problemas, os especialistas conseguiram mapear 95% do genoma completo, proporção comparável à de outras sequências realizadas por outros procedimentos, o que "é suficiente para ajudar a ter um entendimento sério sobre os riscos e a saúde de uma pessoa".