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Haitiana é resgatada com vida após passar 80 horas soterrada

16/01/2010 09h20

Porto Príncipe, 16 jan (EFE).- Após 80 horas soterrada por escombros de uma edifício, uma haitiana foi resgatada com vida e em bom estado de saúde por membros da Defesa Civil do Peru e da Nicarágua.

Por puro acaso, os socorristas, que estavam presos no trânsito, foram atraídos a um beco sem saída por um homem que pediu a eles que revirassem sua casa, onde não restava ninguém vivo. No local, uma mulher disse que de um edifício próximo saíam vozes de pelo menos duas pessoas.

Primeiro, a brigada regatou uma senhora de 58 anos. Esta, que foi tirada do meio dos escombros de um prédio de cinco andares, deu o alerta: mais quatro mulheres estariam sob a massa de tijolos, concreto e ferro retorcido.

Foi aí que começou uma busca desesperada. Lidovia Pierresainte, de 33 anos e cozinheira de uma casa onde viviam três adolescentes, foi encontrada vida. Já as jovens para quem trabalhava não foram achadas, embora acredita-se que estejam mortas, a julgar pelo silêncio e o forte cheiro que emanava dos cômodos que ocupavam.

Lidovia, com o rosto branco de poeira e pó de gesso, foi encontrada presa da cintura para baixo por uma porta de aço, que amorteceu a queda do teto sobre o seu corpo. Aparentemente bem, ela movimentava as mãos e se expressava com clareza enquanto era resgatada.

No socorro à mulher, também trabalharam bombeiros colombianos e guardas espanhóis. Primeiro, o grupo de socorristas tentou levantar a porta de aço com macacos hidráulicos. Depois, decidiram cortar a estrutura. Nessa hora, Lidovia teve de suportar uma chuva de faíscas e os escombros tremendo.

Nove horas e meia depois, a haitiana foi tirada de baixo da porta e, com o máximo cuidado, colocada em uma maca. Jornalistas e socorristas aplaudiram o resgate. Eram 2h de sábado e as pessoas trabalhavam desde as 10h de sexta-feira.

Lidovia saiu consciente do buraco em que estava. Confusa, disse que sentia bem e não tinha nenhum osso quebrado. Ela não sabia o destino de seus quatro filhos, que havia passado mais de três dias enterrada nem que toda a cidade de Porto Príncipe havia sido destruída.