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Chefe da diplomacia defende coordenar ajuda da UE, mais que enviar militares

18/01/2010 08h52

Bruxelas, 18 jan (EFE).- A alta representante para Política Externa e Segurança Comum da União Europeia (UE), Catherine Ashton, afirmou hoje que, mais que "ajuda militar" da Europa, a população do Haiti precisa de uma maior coordenação para que o apoio possa chegar às vítimas do terremoto.

Em vez de "ajuda militar como tal", Ashton defendeu ajudar na tarefa do transporte de alimentos ou trabalhos de engenharia para reparar as comunicações.

Ao chegar ao conselho informal de responsáveis europeus de Desenvolvimento, convocado para coordenar a ajuda comunitária ao país caribenho, a política britânica afirmou que o Comitê Político e de Segurança do Conselho da UE analisará hoje, "de antemão, qualquer pedido que as Nações Unidas possam fazer".

"Trata-se claramente de um assunto de ordem pública, e pedimos às Nações Unidas que nos informem as contribuições que gostariam que considerássemos", disse, assegurando que a UE procederá essa tarefa de forma "colaboradora", sob o "guarda-chuva" comunitário, embora alguns Estados-membros poderiam empreender ações individualmente, disse.

Segundo ela, os esforços devem se concentrar na organização da distribuição da ajuda do aeroporto haitiano para Porto Príncipe e áreas vizinhas.

"Não pode ir andando e deixando a ajuda", afirmou, "é preciso garantir que chega a todo o mundo".

Ashton disse que a reunião ministerial de hoje servirá para reconhecer a "terrível e trágica perda" sofrida pelo Haiti, especialmente devido aos mortos no terremoto, aos feridos e às pessoas que ficaram sem lar.

Afirmou também que o encontro deve apontar para "coordenar a ajuda da maneira mais eficaz possível" e refletir sobre as necessidades do Haiti nas próximas semanas e meses.

Sobre a possibilidade de que os Estados Unidos, que já anunciaram o envio de militares ao Haiti, organize a ajuda de emergência europeia, Ashton afirmou que a UE está trabalhando de forma "muito próxima" com os americanos, e que a ONU e o Governo haitiano "precisam ter o controle claro e total, e a responsabilidade" da situação.