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Bombeiros temem mais de 200 mortes no último desmoronamento no Rio

08/04/2010 12h21

Rio de Janeiro, 8 abr (EFE).- Pelo menos 200 pessoas podem ter morrido devido ao desmoronamento ocorrido ontem à noite em Niterói, no Rio de Janeiro, informaram hoje fontes oficiais.

O número foi calculado pelo comandante dos bombeiros, o coronel Pedro Machado, com base em informações da Prefeitura e de vizinhos, segundo os quais, o deslizamento do Morro do Bumba, no bairro de Cubango, destruiu 50 casas.

Segundo Machado, por uma das encostas da colina "desceu uma grande quantidade de terra, pedras e lixo" e nessas condições "é muito difícil encontrar alguém vivo".

O oficial explicou que o deslizamento matou por asfixias e que essa situação é diferente da registrada no Haiti, onde vários dias após o terremoto em janeiro passado sobreviventes foram resgatados vivos sob os escombros.

O desmoronamento no Morro do Bumba, consequência das fortes chuvas que castigaram o Rio de Janeiro e sua área metropolitana nos últimos dias, é o mais grave dos registrados nesta semana, que deixaram um balanço parcial de 153 mortos.

Um porta-voz da Prefeitura de Niterói disse à Agência Efe que não podem confirmar as projeções dos bombeiros sobre o número de possíveis mortos soterrados porque não se sabe quantas pessoas viviam ou estavam no momento do acidente na área arrasada.

"Números de pessoas sepultadas não temos", disse a fonte.

A avalanche no bairro de Cubango ocorreu na quarta-feira à noite e até agora os bombeiros resgataram na região seis corpos, cinco de mulheres e um de criança.

Foram resgatadas com vida outras 53 pessoas, das quais 21 tiveram de ser hospitalizadas.

Mais de 150 bombeiros e dezenas de policiais trabalham desde ontem à noite na região atingida, na qual também operam retroescavadeiras que ajudam a retirar a terra para facilitar o trabalho dos bombeiros.

O desmoronamento em Niterói abriu uma enorme cratera no morro e deixou um rastro de uns 600 metros de terra revolta em uma de suas encostas, por onde desceram toneladas de pedras e lixo, que arrastaram as moradias e comércios que existiam ali.

Segundo o secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, que supervisiona os trabalhos de resgate em Niterói, o bairro foi construído sobre um antigo aterro sanitário, o que torna mais instável o terreno, pois as toneladas de lixo depositadas ali durante décadas não absorvem a água da chuva como outro terreno.

As autoridades de Niterói confirmaram que entre 1970 e 1986 o lugar foi usado como lixão e, anos depois do fechamento, dezenas de famílias invadiram a área e construíram suas casas no local.

As chuvas que atingiram o Rio de Janeiro começaram na segunda-feira à tarde e só pararam na terça-feira de forma intermitente. Desde ontem, porém, pancadas esporádicas atingem várias regiões, o que dificulta os trabalhos de resgate.