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Onda de calor na Europa quebra recorde na redução dos gelos árticos

20/07/2010 16h01

Moscou, 20 jul (EFE).- A atual onda de calor que castiga a Europa está batendo recordes históricos na redução da superfície congelada no Ártico, informou o serviço federal de hidrometeorologia e monitoramento ambiental russo (SFHMR) nesta terça-feira.

"Em junho foi marcado um recorde de degelo. Se o calor continuar - e isto é o que dizem as previsões -, em agosto, teremos um mínimo histórico da superfície de gelos marítimos no Ártico", afirmou o chefe do SFHMR, Alexandr Frolov.

Uma situação parecida foi observada em 2007, quando a superfície dos gelos árticos no fim do verão foi reduzido a 4,4 milhões de quilômetros quadrados, frente ao volume habitual de 8 milhões no verão e de 11 milhões no inverno.

Dentre as consequências negativas, Frolov destaca o aumento do nível de água nos oceanos, que causar inundações de ilhas e territórios litorâneos, assim como a destruição de ecossistemas e o desaparecimento de várias espécies de peixes e outros animais.

Mesmo assim, o chefe do SFHMR declarou que, por enquanto, não há razões para se fazer "previsões catastróficos relacionadas ao aquecimento global", segundo a agência oficial russa "Itar-Tass".

"A atual onda de calor não confirma nem desmente a teoria do aquecimento climático", falou o especialista, que esclareceu que, para se fazer conclusões neste campo, são necessárias observações durante, pelo menos, 30 anos.

Enquanto isso, a imprensa afirma que a onda de calor vivida na Rússia pode se repetir nos próximos anos, como indicam as previsões, e que isso pode aumentar o derretimento dos gelos perpétuos, que ocupam 69 % do território russo.

Segundo o jornal "Moskovski komsomolets", o permafrost da zona siberiana do rio Yenisei, que possui uma espessura média de 10 metros, já derreteu 3,5 metros neste ano, meio metro a mais que o máximo habitualmente registrado nos finais de verão.

Na cidade de Igarka, ao norte do círculo polar ártico, onde os prédios são construídos sobre pilares de concreto, várias casas começaram a apresentar fendas perigosas, obrigando os moradores a evacuar o local, diz a mesma fonte.

A estação científica que monitora o estado das geleiras também foi afetado por este problema, já que o afundamento do terreno criou rachaduras nas paredes do prédio.