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Deslizamento de terra deixa 702 mortos e 1.042 desaparecidos na China

10/08/2010 09h19

Pequim, 10 ago (EFE).- O deslizamento de terra e de pedras causado pelas intensas chuvas na China deixou pelo menos 702 mortos e 1.042 desaparecidos na província de Gansu, no noroeste do país, segundo o último relatório divulgado pelas autoridades locais de Assuntos Civis.

Tian Baozhong, responsável pelo departamento de Assuntos Civis da provincial, disse nesta terça-feira, em declarações divulgadas pela agência estatal de notícias "Xinhua", que 1.243 pessoas foram resgatadas e que outras 42 tiveram ferimentos graves.

O deslizamento aconteceu no domingo, na comarca de Zhouqu, na Prefeitura autônoma tibetana de Gannan, onde 4.443 tendas de campanha esperam para ser montadas e para receber os desabrigados, mas na qual a falta de espaço é um obstáculo, acrescentou Tian.

Outras 16 mil tendas enviadas pelo Ministério de Assuntos Civis esperam em Lanzhou, a capital da província, para serem levadas à zona afetada.

Mais de cinco mil soldados, 150 veículos, quatro helicópteros e 20 lanchas do Exército de Libertação Popular participam dos trabalhos de resgate.

As esperanças de encontrar os desaparecidos com vida entre os escombros de suas próprias casas diminuem à medida que avançam as horas, e as contínuas chuvas dificultam o resgate.

Apesar das complicações, um homem de 52 anos de origem tibetana foi resgatado na manhã de hoje, depois de passar mais de 50 horas em meio aos escombros de um prédio residencial.

Segundo os médicos, o estado do homem, identificado como Liu Ma Shindan, é estável, mas ele está fraco demais para falar.

Em 2008, Gannan foi uma das regiões mais afetadas pelo terremoto que atingiu a província vizinha de Sichuan, que deixou 87 mil mortos e desaparecidos.

O deslizamento de dois dias atrás provocou a formação de um lago artificial, que bloqueava o rio Bailong e que os militares chineses dinamitaram quando a água estava a ponto de transbordar sobre Zhouqu pela segunda vez desde domingo, quando destruiu imóveis e cobriu ruas com uma camada de lama de até um metro de espessura.

Os grupos de resgate, equipados com enxadas, pás e outras ferramentas, tentam desbloquear os rios, em uma tentativa de evitar novas inundações, enquanto outros tentam reparar as estradas danificadas para que os veículos com material de socorro consigam ter acesso à região.

Enquanto isso, os membros do comitê permanente do escritório político do Partido Comunista Chinês (PCCh) emitiram hoje um comunicado, após uma reunião realizada em Pequim e liderada pelo presidente Hu Jintao, no qual pediram "maiores esforços para proteger as vidas e as propriedades dos cidadãos de Zhouqu".

As autoridades temem a confirmação dos prognósticos do Centro Meteorológico Nacional da China de chuvas para os três próximos dias para o noroeste do país e poderiam subir o nível de alerta nas próximas 24 horas.

Segundo as previsões, as zonas mais afetadas serão as províncias de Gansu, Shaanxi, a região autônoma da Mongólia Interior (noroeste), Shandong (leste), Hebei, Jilin, Heilongjiang e Liaoning (nordeste).

A China geralmente sofre inundações entre maio e setembro, causadas pelas chuvas de monção, que, até a semana passada, tinham deixado 1.072 mortos e 619 desaparecidos, de um total de 140 milhões de afetados em todo o país.