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Obama pede desculpas por experiência com sífilis na Guatemala

01/10/2010 17h00

Washington, 1 out (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu desculpas e expressou hoje a seu colega guatemalteco, Álvaro Colom, seu "profundo pesar" pelos experimentos que infectaram intencionalmente pessoas desse país com sífilis e gonorréia nos anos 40.

Segundo a Casa Branca, Obama ligou para Colom e expressou o "compromisso inquebrantável" de seu país para garantir que os estudos médicos atuais cumpram todos os padrões éticos e legais internacionais.

Obama também "ressaltou o profundo respeito dos EUA pelo povo guatemalteco e a importância da relação bilateral", segundo o comunicado.

Antes, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, indicou que o experimento "é algo chocante e condenável".

"É trágico, e os EUA, claro, se desculpam a todos aqueles afetados por isto", disse.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se desculpou à Guatemala em comunicado conjunto com a secretária de Saúde, Kathleen Sebelius, e anunciou uma investigação sobre o ocorrido.

Nos experimentos, liderados pelo Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos na Administração de Harry S. Truman (1945-1953), se estudava o desenvolvimento das doenças em períodos prolongados de tempo, sem oferecer tratamento algum aos infectados.

As práticas foram descobertas graças a um estudo da pesquisadora da Universidade de Wellesley Susan Reverby, que afirma que infectaram 696 pessoas, muitas delas pacientes internados em instituições para doentes mentais.

De acordo com o estudo de Reverby, os experimentos tratavam de determinar se a penicilina podia prevenir, e não apenas curar, uma infecção de sífilis.