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Yasser Arafat pode ter sido envenenado com polônio 210, segundo estudo

03/07/2012 18h12

Cairo, 3 jul (EFE).- A morte do histórico líder palestino Yasser Arafat pode ter sido causada por envenenamento com polônio 210, uma substância altamente radioativa e que foi encontrada em seus objetos pessoais, segundo uma análise realizada pelo Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário de Lausanne (Suíça).

O estudo, encomendado pela rede de TV "Al Jazeera", durou nove meses e analisou as roupas, a escova de dentes e inclusive a emblemática "kufiya" (lenço palestino) de Arafat, onde aparentemente foram encontrados níveis anormais de polônio, informou nesta terça-feira a própria emissora.

Os restos de sangue, suor, saliva e urina analisados em alguns destes objetos sugerem que havia um alto nível de polônio em seu corpo quando o líder morreu, em 2004, em um hospital de Paris, por motivos ainda desconhecidos, apontou o estudo.

"Posso confirmar que detectamos uma quantidade inexplicável e elevada de polônio 210 nos pertences de Arafat, que continham manchas de fluidos corporais", disse o diretor do instituto médico, François Bochud, citado pela "Al Jazeera".

Foi a própria emissora que recebeu estes objetos pessoais de Suha, viúva de Arafat, e os enviou ao laboratório para tentar desvendar os rumores sobre as possíveis causas da morte do líder palestino.

A morte de Arafat continua envolta em mistério, com teorias que vão desde o envenenamento (alimentício, por contato físico ou inclusive através dos ouvidos) até a Aids, passando por uma cirrose não vinculada ao álcool.

Em novembro de 2010, um de seus seguranças, Imad Abu Zaki, que trabalhou para o líder palestino desde 1988 até seu falecimento, afirmou em entrevista que Arafat morreu envenenado, mas não por uma substância letal colocada em sua comida.

Segundo a "Al Jazeera", os cientistas de Lausanne detectaram que os níveis de polônio 210 encontrados nos pertences de Arafat eram dez vezes superiores aos das amostras aleatórias usadas para comparação.

Em outros testes, realizados entre março e junho, concluiu-se que entre 60% e 80% do polônio detectado não provinha de fontes naturais.

Em novembro de 2006, o antigo espião russo Aleksandr Litvinenko morreu devido a altas doses em seu organismo desta substância radioativa, que supostamente lhe foi fornecida por agentes secretos russos.