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Cientistas espanhóis acham lugar exato onde Júlio César foi apunhalado

Em Madri

10/10/2012 11h37

Uma equipe do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha encontrou o ponto exato onde Júlio César foi apunhalado enquanto presidia uma reunião do Senado em Roma, na Itália. O imperador estava exatamente no centro do fundo da Curia di Pompeo,  informou nesta quarta-feira (10) a instituição.

Vários textos antigos descrevem o assassinato de Júlio César, ocorrido no ano de 44 a.C., fruto de um complô de um grupo de senadores que queriam eliminar o general, o que desembocaria na formação do segundo triunvirato e na explosão final das guerras civis.

Uma estrutura de concreto de 3x2m, que foi colocada por ordem de Augusto, filho adotivo e sucessor de Júlio César, para condenar o assassinato, deu a chave que faltava aos cientistas para descobrirem o local de sua morte.

O achado confirma que Júlio César foi apunhalado justo no centro da Curia de Pompeo, enquanto presidia a reunião do Senado. Atualmente, os restos do edifício estão localizados na área arqueológica de Torre Argentina, em pleno centro histórico da capital italiana.

"Sempre se soube que Júlio César foi assassinado da Curia di Pompeo, em 15 de março de 44 a.C., porque os textos clássicos nos informam sobre isso, mas até agora, não havia nenhum testemunho material do fato, tantas vezes representado na pintura histórica e no cinema", explicou o investigador do CSIC, Antonio Monterroso.

As fontes clássicas dizem que anos depois do assassinato, a Curia foi fechada e, em seu lugar, foi construída uma capela-memória. "Sabemos com segurança que o lugar onde Julio César presidiu aquela sessão do Senado e onde foi apunhalado foi fechado com uma estrutura retangular. O que desconhecemos é se esta estrutura significa que o edifício deixou de ser totalmente acessível", disse Monterroso.

Na Torre Argentina, além da Curia di Pompeo, os pesquisadores começaram a estudar os restos do Portico delle Cento Colonne. O objetivo é conhecer que vias de conexão são possíveis estabelecer entre a arqueologia e a história da arte no espaço onde Julio César morreu.

"Também pretendemos entender melhor esse lugar funesto que é descrito nos textos clássicos", acrescentou Monterroso.

Os dois edifícios fazem parte do complexo monumental de cerca de 54 mil metros quadrados que Cneu Pompeo Magno, um dos maiores militares da história de Roma, construiu na capital para comemorar seus triunfos rumo ao Oriente em 55 a.C. "É muito atrativo que milhares de pessoas peguem o ônibus e o bonde justo ao lado de onde, há 2.056 anos, Julio César foi apunhalado ", segundo Monterroso.

O projeto, com uma duração de três anos, conta com a colaboração da Sovraintendenza ai Beni Culturali do Comune di Roma, a Escola Espanhola de História e Arqueologia do CSIC em Roma e o Ministério da Economia e Competitividade espanhol.