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Pesquisadores brasileiros e espanhóis impulsionam cooperação científica

Salamanca (Espanha)

10/12/2012 11h44

Pesquisadores acadêmicos do Brasil e da Espanha deram início nesta segunda-feira (10) a um simpósio em Salamanca, na Espanha, para facilitar os contatos e a cooperação entre os cientistas de ambos os países. 

P presidente da Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica do Estado de São Paulo), Celso Lafer, assinalou que este encontro "busca pôr em contato pesquisadores dos dois países para articular cooperações na área ciência". "A ciência une e envolve os povos", ressaltou Lafer, que assegurou o compromisso da Fapesp no apoio a pesquisa com um investimento claro a diversos projetos e ao fomento da internacionalização da ciência.

Estas declarações vieram à tona pouco depois que o reitor da Universidade de Salamanca, Daniel Hernández Ruipérez, tinha lido, acompanhado de Marcos Sacristán, reitor da Universidade de Valladolid, um comunicado conjunto de todas as universidades espanholas, o qual assinala que a política de ajustes do governo "hipoteca a pesquisa".

Junto a Celso Lafer, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que estava presente no evento, destacou que "a sociedade do futuro deve de ser a do conhecimento" e, por isso, pediu aos governos da Espanha e dos diferentes países europeus que se "invista em pesquisa".

FHC sustentou que uma "política onde só exista austeridade sem investimento é muito difícil da sociedade aguentar", embora seja consciente de que esse tema "não é da Espanha, mas de toda Europa".

Após lembrar que, como presidente, também teve que fazer frente a uma situação econômica "muito difícil", FHC aconselhou os Governos europeus "a não só fazerem sacrifícios, mas também investimentos".

"Desta maneira, conseguiremos manter viva a pesquisa, já que quem se compromete com a Universidade, se compromete com o futuro de um país", acrescentou.

A Universidade de Salamanca e a Fapesp assinaram um convênio de colaboração, que entrará em vigor a partir do próximo ano, com o objetivo de "intercambiar alunos e pesquisadores" dos dois países, informou a vice-reitora de Pesquisa, María Ángeles Serrano.

A Fapesp analisa anualmente cerca de 20 mil solicitações de projetos de pesquisa, dos quais apoiam 9 mil e possibilitam 12 mil bolsistas em São Paulo, segundo os dados apresentados por seu diretor cientista, Carlos Henrique de Brito.

O simpósio, que começou hoje em Salamanca e se estenderá até quarta-feira, procura "intensificar a interação entre pesquisadores para criar condições que permitam avançar em seus trabalhos, ressaltou De Brito.

A jornada de hoje está dedicada à análise da ciência política, enquanto, amanhã, a jornada será centrada nas pesquisas oncológicas, com conferências dos cientistas Luiz Paulo Kowalski, do Instituto de Camargo, Rogelio González-Sarmiento, do Centro de Pesquisa do Câncer de Salamanca, e Manuel Esteller, diretor do Programa de Epigenética e Biologia do Câncer do Instituto de Pesquisa Biomédica de Belltivitge.