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Cientistas descobrem partes de dinossauro que viveu há 66 milhões de anos

Em Washington

19/03/2014 20h43

Cientistas encontraram as partes do que chamam de "frango do inferno", um dinossauro de 225 quilogramas com garras afiadas que viveu na América do Norte há 66 milhões de anos, segundo um artigo publicado nesta quarta-feira pela "Public Library of Sciences" (PLoS).

"Era um animal de rapina gigante com a cabeça como a de um frango e, presumivelmente, plumas", afirmou Emma Schachner, da Universidade de Utah (EUA) e coautora de um novo estudo sobre o dinossauro. De acordo com ela, o animal, batizado de Anzu wiliei, alcançava uma longitude de até 3,35 metros e causaria espanto se alguém o encontrasse no meio do caminho.

Matt Lamanna, do Museu Carnegie de História Natural em Pittsburgh (Pensilvânia), disse que o nome "frango do inferno" surgiu de uma brincadeira, mas que, para ele, parece muito apropriado.

O nome científico combina a palavra "anzu", o gigante pássaro da mitologia da Suméria; com "wiliei" por conta de um menino chamado Wylie que é fã de dinossauros e é neto de um dos membros do conselho curador do Museu Carnegie.

Os cientistas acharam três esqueletos parciais do dinossauro - que formam quase um esqueleto completo - durante uma escavação no nível superior da formação rochosa Hell Creek, em Dakota do Norte e Dakota do Sul. A área é conhecida para os paleontólogos pela abundância de fósseis de outros dinossauros como o tiranossauro e o tricerátopo.

Hans Dieter Sues e Tyler Lyson, do Museu de História Natural do Instituto Smithsonian em Washington, que participaram do estudo, descrevem o Anzu Wiliei como o maior ovirraptorossauro achado na América do Norte.

O termo significa, literalmente, um sáurio que rouba ovos, e designa um grupo de dinossauros estreitamente vinculados com as aves. Esses dinossauros, frequentemente, mostravam estranhas cristas na cabeça, parecidas à do casuar, uma ave típica da Nova Guiné e Austrália que não voa e está relacionada com a ema e o avestruz.

O Anzu wiliei é, além disso, um dos ovirraptorosauros mais jovens conhecidos, ou seja, viveu muito perto do período de extinção dos grandes dinossauros.

Os cientistas acreditam que ele tinha garras longas e afiadas, e era onívoro, e que, principalmente, comia vegetação, animais pequenos e os ovos de outros bichos.

Emma disse que os dois exemplares agora em exibição mostram sinais de patologia: um aparentemente teve uma costela fraturada e curada e o outro mostra uma forma de trauma em um dedo da pata traseira.