Porta europeia para o espaço está na América do Sul
Vladislav Punchev.
Kuru (Guiana Francesa), 3 abr (EFE).- A porta pela qual a Europa se conecta com o espaço está encravada entre o mar e a selva, nos quase mil quilômetros quadrados do Centro Espacial de Kuru, na Guiana Francesa, no nordeste do continente sul-americano.
A base é compartilhada por três grandes sócios: a Agência Espacial Europeia (ESA), a sociedade Arianespace, na qual participam dez países europeus, e a CNSE, agência espacial francesa.
A França escolheu em 1964 este departamento de ultramar para localizar uma base espacial, na qual a ESA se instalou uma década mais tarde.
Segundo Stéphane Israel, diretor-executivo da Arianespace, a localização geográfica é ideal: apenas 500 quilômetros ao norte do Equador da Terra e a uma latitude onde a velocidade da rotação do planeta é maior, cerca de 1.700 km/h.
A proximidade do Equador a torna ideal para lançar satélites à órbita geoestacionária, já que quase não é preciso modificar sua trajetória, explicou Israel a um grupo reduzido de meios de comunicação, entre eles a Agência Efe.
Bernard Chemoul, representante da CNES em Kuru, acrescentou que a velocidade de rotação dá ao foguete um impulso extra de 460 metros por segundo, o que economiza combustível.
"Este chamado 'efeito estilingue' é maior que o de qualquer outra base no mundo. Essa energia adicional significa que os foguetes podem lançar satélites maiores ou outra carga útil com menos despesas", garantiu o francês.
Com essas vantagens, a Arianespace quer bater seu recorde de atividade e completar 12 lançamentos este ano: seis com o foguete Ariane 5, projetado para cargas pesadas: quatro com o Soyuz, para satélites de peso médio; e quatro com o de "peso leve" Vega.
"Se conseguirmos fazer isso, seria o ano mais atarefado na história da companhia e deste porto espacial", comentou Israel.
Enquanto o Ariane 5 é produzido pela Agência Espacial Europeia, dominada por França e Alemanha, o Soyuz é um foguete de fabricação russa e o Vega é majoritariamente italiano, com a participação de outros seis países.
O próximo lançamento em Kuru está previsto para esta quinta-feira com a decolagem de um Soyuz que deixará no espaço um satélite do tipo Sentinel-1A, que fornecerá dados ao Copérnico, programa europeu de observação da Terra.
O último lançamento havia acontecido em 22 de março quando um foguete Ariane 5 colocou em órbita dois satélites, um deles do operador espanhol Hispasat, que fornece serviços audiovisuais a toda América do Sul.
O fato de que Kuru esteja rodeado de áreas não povoadas, por uma parte o Oceano Atlântico e por outra uma densa selva, permite lançar os foguetes em qualquer direção.
Além disso, a área esta livre de furacões, não há grande atividade sísmica e a temperatura oscila entre 22 e 30 graus.
À parte de ser o centro de lançamento das missões da ESA, Kuru também abriga feitorias de produção de combustível espacial e de propulsores dos foguetes.
"Aqui se produzem os motores dos foguetes Ariane e Vega, e todos os componentes da montagem são fornecidos através de navios e aviões desde Toulouse, na França, e desde Perm, na Rússia", explicou Chemoul.
Na base de Kuru trabalham no total 1.700 empregados, dos quais 75% são contratados locais enquanto o resto vem da Europa para estadias limitadas.
Se forem somados os empregos indiretos, o porto espacial dá trabalho a cerca de nove mil pessoas, aproximadamente 15% de toda a força de trabalho da Guiana Francesa, um território com um status legal similar ao de uma província da França.
A atividade econômica da base representa 570 milhões de euros, o que também equivale a 15% do Produto Interno Bruto (PIB) da Guiana Francesa.
Embora a agência espacial francesa seja a proprietária formal do centro espacial e responsável de sua gestão e segurança, a ESA fornece dois terços do orçamento de operações e investiu 1,6 bilhão de euros para melhorar as instalações, assegura o consórcio europeu em seu site.
A ESA é proprietária das plataformas do lançamento e das instalações de processamento e montagem no centro e responsável pelo desenvolvimento das missões espaciais.
O terceiro sócio é a Arianespace, uma empresa comercial que proporciona a clientes de todo o mundo serviços de lançamento de satélites e dispositivos orbitais.
Nela participam empresas e as agências espaciais de dez países europeus. Em 2013 assinou 18 contratos de lançamento por um valor de 1,4 bilhão de euros.
Desde sua criação em 1980, a Arianespace assinou mais de 350 contratos de lançamento e colocou em órbita 318 satélites. É operador exclusivo dos foguetes europeus Ariane, dos quais seu modelo 5 enviou ao espaço mais de 70 satélites.
Na base de Kuru estão sendo construídas agora plataformas adicionais de lançamento e preparadas novas instalações para o futuro foguete Ariane 6, cujo desenvolvimento deve ser decidido ainda pela ESA e que poderia começar a voar em 2021.
Kuru (Guiana Francesa), 3 abr (EFE).- A porta pela qual a Europa se conecta com o espaço está encravada entre o mar e a selva, nos quase mil quilômetros quadrados do Centro Espacial de Kuru, na Guiana Francesa, no nordeste do continente sul-americano.
A base é compartilhada por três grandes sócios: a Agência Espacial Europeia (ESA), a sociedade Arianespace, na qual participam dez países europeus, e a CNSE, agência espacial francesa.
A França escolheu em 1964 este departamento de ultramar para localizar uma base espacial, na qual a ESA se instalou uma década mais tarde.
Segundo Stéphane Israel, diretor-executivo da Arianespace, a localização geográfica é ideal: apenas 500 quilômetros ao norte do Equador da Terra e a uma latitude onde a velocidade da rotação do planeta é maior, cerca de 1.700 km/h.
A proximidade do Equador a torna ideal para lançar satélites à órbita geoestacionária, já que quase não é preciso modificar sua trajetória, explicou Israel a um grupo reduzido de meios de comunicação, entre eles a Agência Efe.
Bernard Chemoul, representante da CNES em Kuru, acrescentou que a velocidade de rotação dá ao foguete um impulso extra de 460 metros por segundo, o que economiza combustível.
"Este chamado 'efeito estilingue' é maior que o de qualquer outra base no mundo. Essa energia adicional significa que os foguetes podem lançar satélites maiores ou outra carga útil com menos despesas", garantiu o francês.
Com essas vantagens, a Arianespace quer bater seu recorde de atividade e completar 12 lançamentos este ano: seis com o foguete Ariane 5, projetado para cargas pesadas: quatro com o Soyuz, para satélites de peso médio; e quatro com o de "peso leve" Vega.
"Se conseguirmos fazer isso, seria o ano mais atarefado na história da companhia e deste porto espacial", comentou Israel.
Enquanto o Ariane 5 é produzido pela Agência Espacial Europeia, dominada por França e Alemanha, o Soyuz é um foguete de fabricação russa e o Vega é majoritariamente italiano, com a participação de outros seis países.
O próximo lançamento em Kuru está previsto para esta quinta-feira com a decolagem de um Soyuz que deixará no espaço um satélite do tipo Sentinel-1A, que fornecerá dados ao Copérnico, programa europeu de observação da Terra.
O último lançamento havia acontecido em 22 de março quando um foguete Ariane 5 colocou em órbita dois satélites, um deles do operador espanhol Hispasat, que fornece serviços audiovisuais a toda América do Sul.
O fato de que Kuru esteja rodeado de áreas não povoadas, por uma parte o Oceano Atlântico e por outra uma densa selva, permite lançar os foguetes em qualquer direção.
Além disso, a área esta livre de furacões, não há grande atividade sísmica e a temperatura oscila entre 22 e 30 graus.
À parte de ser o centro de lançamento das missões da ESA, Kuru também abriga feitorias de produção de combustível espacial e de propulsores dos foguetes.
"Aqui se produzem os motores dos foguetes Ariane e Vega, e todos os componentes da montagem são fornecidos através de navios e aviões desde Toulouse, na França, e desde Perm, na Rússia", explicou Chemoul.
Na base de Kuru trabalham no total 1.700 empregados, dos quais 75% são contratados locais enquanto o resto vem da Europa para estadias limitadas.
Se forem somados os empregos indiretos, o porto espacial dá trabalho a cerca de nove mil pessoas, aproximadamente 15% de toda a força de trabalho da Guiana Francesa, um território com um status legal similar ao de uma província da França.
A atividade econômica da base representa 570 milhões de euros, o que também equivale a 15% do Produto Interno Bruto (PIB) da Guiana Francesa.
Embora a agência espacial francesa seja a proprietária formal do centro espacial e responsável de sua gestão e segurança, a ESA fornece dois terços do orçamento de operações e investiu 1,6 bilhão de euros para melhorar as instalações, assegura o consórcio europeu em seu site.
A ESA é proprietária das plataformas do lançamento e das instalações de processamento e montagem no centro e responsável pelo desenvolvimento das missões espaciais.
O terceiro sócio é a Arianespace, uma empresa comercial que proporciona a clientes de todo o mundo serviços de lançamento de satélites e dispositivos orbitais.
Nela participam empresas e as agências espaciais de dez países europeus. Em 2013 assinou 18 contratos de lançamento por um valor de 1,4 bilhão de euros.
Desde sua criação em 1980, a Arianespace assinou mais de 350 contratos de lançamento e colocou em órbita 318 satélites. É operador exclusivo dos foguetes europeus Ariane, dos quais seu modelo 5 enviou ao espaço mais de 70 satélites.
Na base de Kuru estão sendo construídas agora plataformas adicionais de lançamento e preparadas novas instalações para o futuro foguete Ariane 6, cujo desenvolvimento deve ser decidido ainda pela ESA e que poderia começar a voar em 2021.
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