Topo

Furacão Gonzalo deixa Bermudas com danos e sem mortes registradas

18/10/2014 18h43

Miami, 18 out (EFE).- A passagem do furacão Gonzalo pelas ilhas Bermudas na noite de sexta-feira, com ventos de até 185 km/h, deixou o arquipélago com danos e sem nenhuma morte registrada, informaram neste sábado as autoridades locais.

Em um primeiro balanço divulgado pela manhã, o primeiro-ministro das Bermudas, Michael Dunkley, disse estar confiante que o arquipélago se recuperará da passagem destrutiva de Gonzalo, que deixou o país praticamente sem energia elétrica e com fortes inundações em zonas litorâneas.

"Acho que todos em Bermudas estamos de acordo que levamos uma surra, mas sairemos dessa", comentou durante em discurso no rádio após a primeira reunião de avaliação dos danos com um comitê especial de emergências das ilhas.

O primeiro-ministro se disse aliviado por não ter ocorrido nenhuma morte no arquipélago e parabenizou a população local pelas precauções tomadas, o que, segundo ele, foi importante para minimizar as consequências devastadoras do furacão, cuja passagem deixou pessoas com pequenos ferimentos.

Gonzalo, que atravessou Bermudas com força de categoria 2, danificou estradas e edifícios, embora o estado da infraestrutura em geral acabou "melhor do que muita gente pensou", segundo avaliou o primeiro-ministro.

No início da tarde, muitas vias principais foram reabertas, entre elas a estrada elevada que une a ilha principal com a ilha de East End, onde fica o Aeroporto Internacional de Bermudas.

A área do terminal não sofreu inundações nos corredores internos, mas precisa de uma revisão das pistas de aterrissagem, com o objetivo de poder reabrir a partir de domingo, de acordo com as autoridades.

A Companhia de Eletricidade de Bermudas (Belco) trabalha para restaurar a energia nas mais de 31.200 residências que perderam o fornecimento de energia elétrica pela passagem de Gonzalo. Até a tarde deste sábado, cerca de 20 mil residências ainda estavam sem luz, informou o jornal "The Royal Gazette".

Porta-vozes de Belco disseram que a recuperação não será fácil, pois o "dano é generalizado" e consumirá tempo à equipe técnica da companhia para repor o cabeamento, os transformadores e os postes.

O furacão Gonzalo, o sexto da atual temporada de furacões no Oceano Atlântico, tocou o solo na tarde de sexta-feira nas ilhas Bermudas e obrigou a população de aproximadamente 70 mil pessoas a ficar praticamente trancada para enfrentar a passagem do ciclone.

As autoridades disponibilizaram um abrigo de emergência que acolheu 66 pessoas durante a passagem do ciclone, de acordo com a imprensa local.

Segundo a informação divulgada, o fenômeno também derrubou árvores, ocasionou danos nas redes telefônicas e causou grandes destroços devido às potentes ondas de mais de três metros que bateram as zonas litorâneas.

Segundo o boletim do Centro Nacional de Furacões (NHC) dos EUA, Gonzalo continua sua trajetória em direção ao norte-nordeste com ventos máximos sustentados de 145 km/h e velocidade de translação de 46 km/h.

O centro meteorológico prevê que nas próximas horas o furacão siga em processo de enfraquecimento até se tornar um ciclone pós-tropical no domingo.

A passagem de Gonzalo ainda mantém altas ondas em zonas das Ilhas Virgens, da República Dominicana em partes do nordeste de Porto Rico.

Principal competição anual de surfe em Porto Rico, o Corona Extra Pro Surf Circuit, que estava programado para o próximo fim de semana, foi adiado até para a segunda quinzena de novembro devido às condições marítimas após a passagem de Gonzalo.

Na presente temporada de furacões no Atlântico, que começou o dia 1º de junho e terminará em 30 de novembro, foram formadas sete tempestades tropicais, das quais seis se transformaram em furacões e dois deles, Edouard e Gonzalo, alcançaram a categoria três e quatro, respectivamente.