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Dente de lapa é o elemento biológico mais duro já conhecido, diz estudo

Lapas utilizam os dentes para raspar as superfícies rochosas de onde obtêm seu alimento - Reprodução
Lapas utilizam os dentes para raspar as superfícies rochosas de onde obtêm seu alimento Imagem: Reprodução

Em Londres

18/02/2015 08h59

Os dentes das lapas são os elementos biológicos mais duros, mais fortes inclusive que a teia de aranha, segundo um estudo realizado por engenheiros britânicos da Universidade de Porstmouth, divulgado nesta quarta-feira (18).

O relatório, publicado pela revista britânica "Royal Society Journal", diz que os dentes de lapa são o elemento biológico mais duro que se tem conhecimento e apresentam uma maior dureza que qualquer parte do corpo humano.

Os dentes deste molusco estão formados por um composto de proteína mineral denominado goethita, que os pesquisadores analisaram em fragmentos diminutos no laboratório, já que o tamanho do dente não supera um milímetro de extensão.

O segredo da dureza destes dentes está na finura das fibras minerais de goethita das quais são compostos, assim como na disposição destas fibras que conformam o dente.

A goethita, que recebe seu nome em honra ao escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, é um mineral da classe dos hidróxidos que apresenta 63% de ferro em sua composição.

As lapas, um tipo de molusco, utilizam estes dentes de extrema dureza para raspar as superfícies rochosas de onde obtêm algas para seu alimento em condições de maré baixa.

Segundo o relatório, dada sua dureza, algumas das aplicações que poderiam ter estas fibras minerais seria o fortalecimento dos materiais para a construção de aviões, carros ou embarcações.

O coordenador da pesquisa, Asa Barber, da universidade inglesa de Porstmouth, destacou que "a natureza é uma magnífica fonte de inspiração em estruturas que têm excelentes propriedades mecânicas".

"Estes dentes estão formados por fibras muito pequenas, dispostas de uma maneira muito particular", afirmou Barber em referência a sua composição.

"Deveríamos começar a criar nossas próprias estruturas seguindo o modelo e os princípios de desenho destes dentes" após esta pesquisa, afirmou Barber.