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Microscópio mais potente do mundo é desenvolvido no Japão

O microscópio ocupa uma sala inteira - Efe
O microscópio ocupa uma sala inteira Imagem: Efe

Em Tóquio

20/02/2015 08h58

O fabricante tecnológico japonês Hitachi desenvolveu o microscópio com maior resolução do mundo, baseado na transmissão de elétrons e capaz de realizar observações em nível atômico, segundo confirmou nesta sexta-feira (20) à agência de notícias Efe esta empresa.

O microscópio eletrônico de transmissão (MET) foi terminado nesta semana após quase cinco anos (começou a ser desenvolvido em 2010) e é capaz de oferecer uma resolução de 43 picometros (unidade que equivale à trilionésima parte de um metro), ou seja, menos da metade do raio da maioria dos átomos.

O aparelho, que ocupa uma sala inteira, alcança esta resolução recorde graças a uma grande concentração de seu feixe de elétrons através de cabos e circuitos especialmente desenhados para esta tarefa, segundo assinalou um porta-voz de Hitachi.

Outras inovações destacadas são o uso de materiais de amortecimento acústico na base do microscópio para reduzir o impacto negativo das vibrações, assim como a instalação de barreiras magnéticas em torno do aparelho.

Deste modo, foi possível reduzir o efeito de "fatores externos" que causam aberrações nas lentes, prejudicam sua resolução e são a principal limitação deste tipo de microscópio, explicou a companhia.

Os microscópios de elétrons, inventados na década de 1930 pelo físico alemão Ernst Ruska, permitem alcançar aumentos muito superiores aos dos microscópios ópticos graças ao uso de elétrons ao invés de fótons, o que possibilita o estudo da estrutura e composição atômicas de um amplo número de materiais.

O novo dispositivo permitirá a observação óptica das posições dos átomos, o que segundo Hitachi poderia contribuir para o desenvolvimento de novos materiais com diversas aplicações.