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Sem teoria da relatividade de Einstein, GPS não teria sido possível

Estátua de bronze em homenagem ao físico alemão Albert Einstein é apresentada no campus Edmond J. Safra da Universidade Hebreia de Jerusalém, Israel - Nir Alon/Zumapress/Xinhua
Estátua de bronze em homenagem ao físico alemão Albert Einstein é apresentada no campus Edmond J. Safra da Universidade Hebreia de Jerusalém, Israel Imagem: Nir Alon/Zumapress/Xinhua

Em Jerusalém

03/06/2015 18h36

Sem a base científica estabelecida pelo cientista Albert Einstein, revolucionárias invenções como o GPS ou o micro-ondas não fariam parte da rotina do mundo moderno.

O físico teórico alemão foi homenageado nesta quarta-feira na Universidade Hebraica de Jerusalém por causa do centenário da publicação de um dos seus principais trabalhos: a teoria da relatividade geral.

"Seu trabalho mudou toda a percepção do mundo da física do universo e ainda tem uma influência decisiva nos desenvolvimentos tecnológicos que vieram na sequência", Janoj Gutfreund, físico e diretor do Comitê Acadêmico do Arquivo de Einstein, conservado pela instituição de ensino.

Em um ato no qual foi apresentada uma estátua do cientista, Gutfreund explicou à Agência Efe que as descobertas sobre a relatividade, além de seus experimentos sobre a matéria e a energia estabeleceram os alicerces de boa parte das inovações tecnológicas usadas nos dias de hoje.

"Assumimos como se não tivesse uma grande influência, mas são poucos os que sabem relacionar (essas invenções) com os estudos de Einstein", acrescentou o professor.

Um dos exemplos mais notórios é o GPS, vital para o transporte de aviões e navios, que nos últimos anos passou a ser usado por grande parte da população após a inclusão nos smartphones. E a contribuição de Einstein foi decisiva para a tecnologia, conforme Gutfreund.

"É simples. Sem a teoria da relatividade geral não existiria o GPS", afirma o diretor.

Essa teoria, publicada pela primeira vez em 1915, sustentou que o tempo dependia da gravidade. Por isso, um relógio situado na superfície da terra e outro no espaço não avançam no mesmo ritmo.

"O atraso entre ambos deve ser levado em consideração se quisermos programar um sistema que nos diga com fidelidade nossa posição sobre a superfície terrestre", explica Gutfreund.

A inauguração da estátua, doada por um grupo de filantropos russos e americanos à Universidade Hebraica, coincide também com o 60º aniversário da morte de Einstein e com as comemorações dos 90 anos da instituição que o famoso cientista ajudou a fundar em 1925.

Einstein, uma das referências do movimento sionista no século XX, doou boa parte de seus documentos originais a esse centro de estudos, que tem a propriedade intelectual de seu nome e de todo seu trabalho.

A escultura do Prêmio Nobel de Física foi colocada a cem metros da entrada da Biblioteca Nacional de Israel, dentro do campus universitário que conserva sua documentação pessoal, e ao lado dos edifícios dos Departamentos de Física.

Projetada e feita em bronze por Georgy Frangulyan, autor também da primeira estátua de Boris Yeltsin - entre outras muito conhecidas -, a escultura pesa 350 quilos.

"A representação do cientista foi feita da forma mais realista possível e colocada diretamente no chão, sem pedestal, para realçar o caráter modesto e austero do cientista", disse à Efe Mijal Mor, curadora que acompanhou o artista em todo o processo de criação.

No princípio, ela sugeriu uma estátua em tamanho real do cientista, mas Frangulyan discordou.

"Ele nos explicou que via Einstein como 'maior que a vida' e que, por isso, devia fazer uma escultura grande. No fim, ela ficou com 2,5 metros de altura", disse Mijal.

O artista aproveitou o ato para brincar sobre o próprio trabalho sem se esquecer de um dos principais ensinamentos do físico alemão.

"O momento pode parecer muito mais alto, mas, como vocês já sabem: tudo é relativo", disse Frangulyan.