Galáxias que se nutrem de gás cósmico são observadas pela primeira vez
Um grupo de astrônomos observou pela primeira vez como dez galáxias se alimentam da rede de gás cósmico, algo que a teoria enunciava mas que até agora não tinha sido comprovado, informou nesta quinta-feira o Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC).
As galáxias crescem formando estrelas a partir de gás, mas a quantidade deste é muito limitada, por isso que é preciso um fornecimento contínuo de matéria para que se mantenham ativas durante toda a vida do Universo, explicou em comunicado.
Jorge Sánchez Almeida, pesquisador do IAC que lidera o trabalho, explicou à Agência Efe que as dez galáxias nas quais se observou este fato são pouco brilhantes, o que quer dizer que estão perto da Terra, em torno de 50 milhões de anos luz, e acrescentou que o processo de "alimentação de gás é intenso".
A observação foi feita com o Grande Telescópio Canárias (GTC), instalado no Observatório del Roque de Los Muchachos (La Palma).
Jorge informou em comunicado que se trata de um fenômeno esperado e surpreendente, mas nunca observado.
Acrescentou que o gás produzido no Big Bang que deu origem ao Universo se distribui no espaço formando algo parecido com uma rede de filamentos (a rede cósmica).
Nos nós da rede, onde se juntam vários filamentos, se formam as galáxias, e o gás originário, ainda na rede desde a origem do Universo, cai pouco a pouco sobre as galáxias e proporciona o material fresco que as mantém vivas, explicou o pesquisador.
A pesquisadora do IAC Casiana Muñoz Tuñón disse no comunicado que em algumas galáxias são observadas regiões nas quais o gás que forma estrelas é originário.
Esse gás é formado quase que exclusivamente por hidrogênio e hélio, e este tipo de gás puro é muito raro em uma galáxia, afirmou Casiana.
As estrelas produzem elementos químicos como oxigênio e carbono, que rapidamente contaminam o gás de uma galáxia quando as estrelas explodem como supernovas.
"O gás não contaminado detectado tem necessariamente que vir da rede cósmica. Não encontramos outra explicação razoável", acrescentou a astrofísica.
O trabalho foi publicado na revista especializada "Astrophysical Journal Letters" e foi destacado pela American Astronomical Society em seu site, junto com uma resenha na revista de divulgação "New Scientist", concluiu a nota de imprensa.
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