Ganhador do Nobel de Física quer "expandir os horizontes do intelecto humano"
"Sinto-me muito honrado. É uma grande satisfação que este ramo das ciências puras tenha recebido tanta atenção", disse Kajita em entrevista coletiva organizada após a decisão anunciada na terça-feira pela Academia Real das Ciências da Suécia e repercutida hoje pela emissora pública japonesa "NHK".
"A pesquisa sobre neutrinos não é algo que possa apresentar resultados úteis no curto prazo", admitiu o cientista japonês, que acrescentou que este campo de pesquisa pretende "expandir os horizontes do intelecto dos seres humanos".
Kajita foi agraciado com o Nobel junto com o canadense Arthur B. McDonald por resolver o enigma dos neutrinos ao descobrir suas oscilações, um achado que prova que essas partículas têm massa e desafia o modelo padrão da física de partículas.
O cientista japonês de 56 anos e McDonald demonstraram separadamente que os neutrinos sofrem metamorfose, uma descoberta "fundamental" para esse ramo da física e para a compreensão do universo, assinalou na decisão anunciada ontem a Academia Real das Ciências da Suécia.
A equipe de pesquisa japonesa chegou a essa conclusão capturando neutrinos criados nas reações entre raios cósmicos e a atmosfera da Terra. Já o cientista canadense analisou as partículas procedentes do sol.
Kajita, professor da Universidade de Tóquio e diretor do Instituto de Pesquisa de Raios Cósmicos do mesmo centro, publicou em 1998 sua descoberta a partir da pesquisa realizada no observatório de neutrinos Super-Kamiokande, que fica a um quilômetro debaixo da terra na província de Gifu, no centro do Japão.
"Ainda há muitos mistérios no cosmos, e não podem ser resolvidos através da pesquisa em longo prazo", afirmou o cientista japonês, quem também convocou os jovens "a se unirem a esta busca".
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, expressou seu "orgulho" pela contribuição do acadêmico para o desenvolvimento da ciência, "a partir de um corajoso trabalho destinado a encontrar o princípio básico sobre a formulação do cosmos", em declarações divulgadas pela agência local "Kyodo".
O prêmio Nobel de Física para Kajita foi anunciado um dia depois que outro investigador japonês, Satoshi Omura, foi um dos agraciados com o Nobel de Medicina. Com isso, o Japão já acumula um total de 24 premiações da Academia Real das Ciências da Suécia.
Em 2014, os cientistas japoneses Isamu Akasaki e Hiroshi Amano, e o japonês naturalizado americano Shuji Nakamura, foram laureados com o Nobel de Física por transformar a tecnologia da iluminação com a invenção do diodo emissor de luz (led) azul.
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