Revolução Islâmica faz 37 anos com vigor, apesar de ares de mudança no Irã
Álvaro Mellizo.
Teerã, 11 fev (EFE).- O Irã comemora nesta quinta-feira o 37º aniversário do triunfo da Revolução Islâmica com uma festa popular que destacou o vigor e a força das ideias revolucionárias, apesar dos ares de mudança que se respiram no país pela abertura ao mundo e o fim da crise nuclear.
Dezenas de milhares de pessoas lotaram as ruas de todo o país para festejar o dia 22 de Bahman do calendário persa, que em 1979 marcou o desmoronamento do regime do Xá e o estabelecimento da República Islâmica, liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, e mostrar sua lealdade ao sistema teocrático e à sua política de independência radical do Ocidente.
Nem a evidente mudança geracional, que se refletia no fato de a maioria dos participantes das celebrações de hoje não terem nascido quando a Revolução aconteceu, nem os problemas internos políticos, sociais e econômicos do país pareceram ter prejudicado o apoio tácito da maior parte dos iranianos ao espírito de raivoso nacionalismo com inspiração islâmica que rege o Irã desde então.
O presidente, Hassan Rohani, falou à nação durante o evento central na praça Azadi (Liberdade) de Teerã, e ressaltou o "triunfo" do Irã com a Revolução e o fato de que hoje "o povo iraniano não se dá por vencido diante de nenhuma pressão ou ameaça".
Rohani, e grande parte dos iranianos entrevistados pela Efe durante as celebrações, incluíram entre os triunfos da Revolução o recente acordo nuclear entre o Irã e as potências do Grupo 51 (EUA, França, Rússia, China, Reino Unido e Alemanha), que pôs fim às sanções contra o país.
"Todos os que, por rancor, incompreensão ou malícia contra a Revolução, atacavam o povo iranianoi, estão hoje decepcionados com suas ações anteriores. Viram que o Irã tem capacidade para um acordo no campo da diplomacia, com lógica, raciocínio e coesão nacional, e que sob a sombra do líder (Ali Khamenei) pôde eliminar todas as cruéis resoluções contra o país", afirmou Rohani.
Ele se referiu a estes festejos como uma celebração da união nacional, no contexto das iminentes eleições parlamentares, previstas para o próximo dia 26, e pediu que não houvesse "confrontos entre os partidos, nem conflitos que vão contra os interesses nacionais".
Apesar do ambiente eleitoral e da notável tensão entre os grupos conservadores e o governo de Rohani, de tendência moderada, e que deve obter uma grande vitória nas urnas eliminando o domínio dos mais radicais no parlamento, a unidade foi notável nesta comemoração, em que não faltaram as bandeiras do país pelas ruas.
"Ninguém pode se irritar com as urnas. Inclusive os que criticam o sistema não devem se indispor com a urna, que é direito do povo", apontou Rohani.
Kasra Yalali, um jovem que viajou do sul do país para Terrã só para participar das comemorações, disse à Efe que se sentia "orgulhoso" de ser iraniano, de ser de um país que se tornou um "modelo para o mundo" por sua postura revolucionária.
A adolescente Melika Motevali também se mostrava contente pelo resultado da Revolução, que avaliou bem "pelas liberdades" obtidas.
"Durante o Xá não tínhamos tanta liberdade como temos agora. Havia mais liberdade aparente, por exemplo de vestuário, mas a liberdade verdadeira e a segurança espiritual que hoje temos, na época da monarquia não era assim", afirmou.
Mohadese Ghanbari de 15 anos, vestida com um xador preto, também defendeu o espírito revolucionário e seu enorme futuro.
"Com as coisas que fazemos, como esta própria festa e estas celebrações mostramos que podemos construir o futuro de nosso país do nosso modo, e o faremos", afirmou, taxativa.
Teerã, 11 fev (EFE).- O Irã comemora nesta quinta-feira o 37º aniversário do triunfo da Revolução Islâmica com uma festa popular que destacou o vigor e a força das ideias revolucionárias, apesar dos ares de mudança que se respiram no país pela abertura ao mundo e o fim da crise nuclear.
Dezenas de milhares de pessoas lotaram as ruas de todo o país para festejar o dia 22 de Bahman do calendário persa, que em 1979 marcou o desmoronamento do regime do Xá e o estabelecimento da República Islâmica, liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, e mostrar sua lealdade ao sistema teocrático e à sua política de independência radical do Ocidente.
Nem a evidente mudança geracional, que se refletia no fato de a maioria dos participantes das celebrações de hoje não terem nascido quando a Revolução aconteceu, nem os problemas internos políticos, sociais e econômicos do país pareceram ter prejudicado o apoio tácito da maior parte dos iranianos ao espírito de raivoso nacionalismo com inspiração islâmica que rege o Irã desde então.
O presidente, Hassan Rohani, falou à nação durante o evento central na praça Azadi (Liberdade) de Teerã, e ressaltou o "triunfo" do Irã com a Revolução e o fato de que hoje "o povo iraniano não se dá por vencido diante de nenhuma pressão ou ameaça".
Rohani, e grande parte dos iranianos entrevistados pela Efe durante as celebrações, incluíram entre os triunfos da Revolução o recente acordo nuclear entre o Irã e as potências do Grupo 51 (EUA, França, Rússia, China, Reino Unido e Alemanha), que pôs fim às sanções contra o país.
"Todos os que, por rancor, incompreensão ou malícia contra a Revolução, atacavam o povo iranianoi, estão hoje decepcionados com suas ações anteriores. Viram que o Irã tem capacidade para um acordo no campo da diplomacia, com lógica, raciocínio e coesão nacional, e que sob a sombra do líder (Ali Khamenei) pôde eliminar todas as cruéis resoluções contra o país", afirmou Rohani.
Ele se referiu a estes festejos como uma celebração da união nacional, no contexto das iminentes eleições parlamentares, previstas para o próximo dia 26, e pediu que não houvesse "confrontos entre os partidos, nem conflitos que vão contra os interesses nacionais".
Apesar do ambiente eleitoral e da notável tensão entre os grupos conservadores e o governo de Rohani, de tendência moderada, e que deve obter uma grande vitória nas urnas eliminando o domínio dos mais radicais no parlamento, a unidade foi notável nesta comemoração, em que não faltaram as bandeiras do país pelas ruas.
"Ninguém pode se irritar com as urnas. Inclusive os que criticam o sistema não devem se indispor com a urna, que é direito do povo", apontou Rohani.
Kasra Yalali, um jovem que viajou do sul do país para Terrã só para participar das comemorações, disse à Efe que se sentia "orgulhoso" de ser iraniano, de ser de um país que se tornou um "modelo para o mundo" por sua postura revolucionária.
A adolescente Melika Motevali também se mostrava contente pelo resultado da Revolução, que avaliou bem "pelas liberdades" obtidas.
"Durante o Xá não tínhamos tanta liberdade como temos agora. Havia mais liberdade aparente, por exemplo de vestuário, mas a liberdade verdadeira e a segurança espiritual que hoje temos, na época da monarquia não era assim", afirmou.
Mohadese Ghanbari de 15 anos, vestida com um xador preto, também defendeu o espírito revolucionário e seu enorme futuro.
"Com as coisas que fazemos, como esta própria festa e estas celebrações mostramos que podemos construir o futuro de nosso país do nosso modo, e o faremos", afirmou, taxativa.
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