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Nave Rosetta descobre região sem campo magnético em cometa estudado

11/03/2016 13h37

Paris, 11 março (EFE).- A nave Rosetta descobriu uma região livre de campo magnético no cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko, anunciou nesta sexta-feira a Agência Espacial Europeia (ESA).

Quando a corrente de partículas elétricas procedentes do sol, ou "vento solar", entra em contato com a cabeleira do cometa, é criada uma bolha sem campos magnéticos ao redor do núcleo do corpo celeste, que recebe o nome de cavidade diamagnética, explicou à ESA em comunicado.

Uma das missões para as que foi projetada a nave Rosetta era, justamente, a observação desse fenômeno, para a qual foi equipada com um magnetômetro, medidor de magnetismo, lembrou a agência.

Os cientistas tinham previsto que a área livre de campos magnéticos se formaria durante o periélio, momento em que a trajetória do astro alcança seu ponto mais próximo ao Sol, mas Rosetta teve que se afastar a uma distância de 170 quilômetros do cometa, dadas as grandes quantidades de pó que dificultavam a tarefa da nave.

A essa distância, os cientistas pensaram que seria "impossível" para a Rosetta realizar suas medições.

"Quase tínhamos abandonado a esperança de achar a cavidade diamagnética, portanto estamos surpresos de termos conseguido", afirma Charlotte Gotz, autora do estudo sobre este achado, que foi publicado na revista "Astronomy and Astrophysics".

Em 12 de novembro de 2014 aterrissou no cometa o módulo Philae, que se desprendeu de Rosetta com o objetivo de esquadrinhar o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (descoberto em 1969) e aumentar o conhecimento sobre estes corpos celestes.

Após esgotar sua bateria, o Philae entrou em hibernação na noite de 14 a 15 de novembro de 2014 e enviou sinais pela última vez em 9 de julho.

Apesar do silêncio de Philae, Rosetta continuará com seu trabalho até setembro, data na qual também posará sobre o cometa.