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Cientistas descobrem mecanismo que controla metamorfose dos insetos

03/05/2016 15h51

Barcelona, 3 mai (EFE).- Cientistas do Instituto de Biologia Evolutiva de Barcelona descobriram o mecanismo que controla a formação da pupa, estado pelo qual alguns insetos passam durante a metamorfose de larva para adulto, o que poderia ajudar a desenvolver novos inseticidas mais eficazes.

Os pesquisadores descobriram que E93, Krüppel-Homolog 1 e Broad-Complex são proteínas que atuam sequencialmente para comandar a metamorfose. Se uma das três for inibida, dizem os cientistas, o inseto não chegará à fase adulta e não poderá se reproduzir.

O estudo, publicado pela revista "PLOS Genetics", explica o mecanismo que regula o processo de transformação dos insetos, como, por exemplo, as lagartas viram borboletas.

Apesar da grande maioria dos insetos realizar a metamorfose, eles se dividem em dois grupos. Há a transformação simples, quando eles passam de larvas diretamente para o estado adulto, como as baratas, ou completa, ou seja, com a presença da fase intermediária da pupa, como no caso dos escaravelhos, borboletas e moscas.

"A aparição da metamorfose completa e da pupa em particular foi uma inovação evolutiva que permitiu uma transformação morfológica maior. Dessa forma, as formas juvenis e adultas não tinham que concorrer pelas fontes de alimento", explicou David Martín, codiretor do estudo ao lado de Xavier Franch.

Apesar de os principais agentes envolvidos na regulação do processo já serem conhecidos, os cientistas não sabiam até agora como eles interagiam. Os mesmos pesquisadores já tinham descoberto em 2014 que a proteína E93 é a responsável por promover a metamorfose.

Agora, os cientistas conseguiram revelar a rede de regulação que coordena a formação da pupa. Em primeiro lugar, utilizando diferentes insetos com metamorfose simples e completa, eles estudaram os níveis de E93, Krüppel-Homolog 1 e Broad-Complex nas distintas fases de desenvolvimento.

Em paralelo, forçaram a redução da presença das três proteínas através do uso de ácido ribonucleico de interferência, para assim ver quais eram as consequências.

"Graças às novas descobertas poderemos desenvolver inseticidas que atuem nos diferentes níveis do ciclo vital dos insetos. As três proteínas são essenciais e muito específicas. Portanto, inibindo só uma delas já será possível controlar pragas de baratas e outros insetos", afirmou Franch.