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Cientistas americanos desenvolvem pulseira que evita ataques de tubarão

Pulseira emite um campo eletromagnético na água que afasta o tubarão - Reprodução/Flickr/George Probst
Pulseira emite um campo eletromagnético na água que afasta o tubarão Imagem: Reprodução/Flickr/George Probst

01/05/2017 19h08

Diante do crescente número de incidentes com tubarões, uma empresa da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, disponibilizou no mercado uma pulseira que impede o despreocupado banhista ou surfista de ser mordido por um destes animais.

Nos últimos anos, os ataques desses predadores a pessoas se multiplicaram. E 2015, com 98 destas ocorrências, seis delas mortais, leva a coroa como o ano com o "maior número de ataques não provocados de tubarões" desde que começaram os registros, segundo o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões (ISAF, em inglês).

Há alguns anos, uma vítima desses encontros desafortunados foi um amigo de escola de Nathan Garrison, que junto com seu pai, David Garrison, começou a idealizar, desde então, um aparelho que pudesse proteger os banhistas de possíveis ataques, encontrando estudos científicos sobre os efeitos dissuasórios das ondas eletromagnéticas.

"O ser humano nem o sente, mas para o tubarão é muito pouco prazeroso, e são repelidos", garantiu à Agência Efe David Garrison, cofundador da Sharkbanz, empresa que desenvolveu, com apoio de biólogos marinhos, pulseiras cada vez mais comuns nas praias da Califórnia e da Flórida e que emitem um campo eletromagnético na água.

Lançado ao mercado em 2015, nos últimos dois anos foram vendidas mais de 45.000 unidades, principalmente nos Estados Unidos e na Austrália, mas no ano passado o produto chegou também a Brasil, Japão e alguns países da Europa.

Segundo explicou à Efe o diretor de Desenvolvimento de Produto da empresa, Davis Mersereau, em última instância as pulseiras são um "aparelho de segurança" que, com base em um "forte ímã permanente", dissuade a "curiosidade do tubarão" com ondas mais fortes do que qualquer coisa que ouviu em sua vida.

O produto foi pensado para pessoas que passam muito tempo na água, como surfistas e mergulhadores, mas também banhistas ocasionais, destacou Mersereau.

Garrison ressaltou especialmente os benefícios para as famílias em férias, muitas das quais viajam ao litoral da Flórida, destino internacional por excelência para o turismo de praia, e ao mesmo tempo a área do mundo onde mais ataques não provocados de tubarões são contabilizados.

O ISAF, uma base de dados da Universidade da Flórida (UF), investigou em 2016 um total de 150 incidentes entre tubarões e humanos ocorridos no planeta, 81 dos quais constituíram casos confirmados de ataques não provocados, ou seja, que aconteceram no habitat natural dos animais e sem que houvesse qualquer provocação.

"À medida que a população mundial continuar crescendo e aumentando seu interesse pelo lazer aquático, devemos esperar um aumento no número de ataques com tubarões e outras lesões relacionadas", advertiu o ISAF em seu relatório focado no ano de 2016.

Lazer aquático que, ironicamente, também inclui o mergulho na busca por tubarões, um filão turístico que só na Flórida gerou em 2016 mais de US$ 221 milhões, de acordo com um relatório do grupo ambientalista Oceana publicado no mês passado.

Talvez por causa desse cenário, bem como pelo cada vez mais habitual trânsito de pessoas pelo mundo, a Sharkbanz continua sua expansão e nos próximos meses suas pulseiras, que não precisam de baterias nem ser carregadas com eletricidade, já estarão disponíveis na Espanha, através da plataforma de comércio eletrônico Amazon.