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Estudo mostra que atmosfera terrestre vai além da órbita lunar

Mohd Rasfan/AFP
Imagem: Mohd Rasfan/AFP

Da EFE, em Paris

20/02/2019 14h11Atualizada em 27/02/2019 10h54

A região mais distante da atmosfera terrestre vai além da órbita lunar, indicou um estudo divulgado nesta quarta-feira pela Agência Espacial Europeia (ESA).

A descoberta, feita em parceria com a Nasa e realizada a partir de dados obtidos pela sonda espacial Soho, mostra que a camada de gás que envolve a Terra tem um raio de 630 mil quilômetros, 50 vezes o diâmetro do planeta.

"A Lua orbita dentro da atmosfera terrestre. Não estávamos cientes disso até recuperarmos as observações realizadas há mais de duas décadas pela Soho", disse Igor Baliukin, do Instituto de Pesquisa Espacial da Rússia e principal autor do artigo que apresenta os resultados obtidos pela ESA.

A agência explicou que na região onde a atmosfera terrestre se mistura com o espaço exterior há uma nuvem de átomos de hidrogênio batizada como geocorona.

Os cientistas utilizaram instrumentos do satélite SWAN para detectar com precisão até onde chegava o limite dessa nuvem. As observações foram feitas em momentos pontuais do ano, quando a Terra e a geocorona estavam no campo de visão dos sensores.

O estudo revelou que a luz solar comprime os átomos de hidrogênio da geocorona na face diurna da Terra. Na parte noturna, a região se torna mais tensa, segundo os pesquisadores da ESA.

"Essas partículas não representam uma ameaça para viajantes das futuras missões espaciais tripuladas que orbitem a Lua. A má notícia é que a geocorona terrestre pode interferir em observações astronômicas que sejam efetuadas perto da Lua", afirma a pesquisa.

A sonda espacial Soho está há mais de duas décadas orbitando o Sol a uma distância de mais de 1,5 milhão de quilômetros.

A equipe de pesquisadores analisou imagens da Terra e da atmosfera capturadas pelo SWAN em três ocasiões diferentes entre 1996 e 1998. Elas tinham "vistas únicas" da totalidade da geocorona, que, segundo os cientistas, permitiram as descobertas.

Errata: este conteúdo foi atualizado
A atmosfera da Terra tem um raio de 630 mil quilômetros, e não 630 milhões de quilômetros.