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Geneticista defende que célula-tronco "é vida, mas não é um ser humano"

da Redação

20/04/2007 15h20

Pesquisas com células-tronco embrionárias definirão a existência ou não, no futuro, de tratamento para doenças degenerativas como a distrofia muscular. Essa é a opinião da professora de genética da Universidade de São Paulo (USP) Mayana Zatz, que se apresentou nesta sexta-feira na audiência pública sobre Lei de Biossergurança do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

Divulgação STF
A geneticista Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular, na audiência pública do STF, em Brasília
Durante a palestra, a geneticista questionou se é ético manter um embrião congelado, mesmo sabendo que a probabilidade de gerar um ser humano é praticamente zero, enquanto é possível doar o material para pesquisas. "Toda célula é vida, um coração a ser transplantado é vivo, mas não é um ser humano. Estamos defendendo que, da mesma maneira que um indivíduo em morte cerebral doa órgãos, um embrião congelado possa doar suas células", afirmou.

Ainda segundo ela, há mais de 7 mil doenças genéticas degenerativas, que atingem mais de 5 milhões de crianças nascidas de pais normais no Brasil.

A audiência também contou com a presença da especialista em biologia molecular Lílian Piñero Eça, integrante do Instituto de Pesquisa com Células-Tronco (IPCTron). Segundo ela, de duas a três horas após a fecundação o embrião humano já se comunica com a mãe.

A bióloga afirmou que pelo menos 100 neurotransmissores são emitidos para os 75 trilhões de células existentes no corpo da gestante, que começa a sofrer mudanças hormonais e sentir sintomas como sono, por exemplo.

O evento no STF tem por objetivo reunir informações científicas para julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3510, proposta pela Procuradoria-Geral da República.

Com informações da agência de notícias do STF